quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

História do Pensamento Econômico (HPE) - anotações de aula da disciplina com professor Maurício Coutinho

Estas anotações não são minhas.

1.Petty e Cantillon sobre excedente e circulação monetária

Davanzati

·      O argumento, é que o verdadeiro valor de uso está nas mercadorias, e o dinheiro serve apenas para intercambiar bens uteis. O metal não vale pelo metal, mas sim para nos proporcionar acesso à verdadeira riqueiza.
·         Portanto, dinheiro é ouro e prata pesado e estampado à cunhagem. 
·         Idéia de “consentimento comum”à o que nos remeterá a Locke
·         Doutrina do valor baseada na necessidade ou na escassez.
·         O dinheiro estimula a circulação,. Logo, devemos evitar falsificação. Para evitar a escassez do dinheiro, deve-se priva-lo de: counterfeiting, monopolizing, Simony, usury, and debasement
·         Debasement provoca fuga da moeda de Estados que não realizaram o debasement. à Impulsiona os vizinhos a também fazerem.
·         Consequências do debasement: diminuição das rendas públicas, dos créditos e propriedade privadas – contratos nominais são pagos com menos metal. Há também elevação de preços. (Similar a Locke)
·         Conclusão: deveríamos eliminar as sementes de despesa, fraude e ganho. Deveríamos eliminar à moeda!! à Não consegue resolver as questões que propõe.

Barbon

·         Representante da visão estatutária do valor dinheiro: “Money is a value made by law, and the difference of its value is known by the stamp, and size of the piece”.
·         O valor advém da utilidade. O preço é equivalente ao valor presente e decorre de oferta x demanda à abundancia (barato) x escassez (caro).
·         As funções do dinheiro são: medida de valor (instrumento pelo qual as coisas são medidas), medida de troca (change or pawn à pode significar também reserva de valor).
·         Medidas variáveis não são boas – não serve como elemento de comparação e aferição. à Há, portanto, a concepção que o dinheiro não precisa ser metálico. Se a autoridade possui a prerrogativa de fixar o valor, conclui Barbon, determinado valor pode ser atribuído a qualquer símbolo.
·         Crédito substitui as moedas nas transações. Credito é um valor formado por opinião, e compra bens assim como o dinheiro compra.
·         A conclusão sobre os juros é que existe uma relação entre o valor do dinheiro e o valor da terra. Logo, o valor da terra é rendimento capitalizado. Esse valor da terra (juros) deve ser fixado pela lei. 
·         Duas funções para o dinheiro: medida de valor e meio de troca. Não explora a idéia de reserva de valor, como em Locke. Justamente por essas funções dinheiro precisa ter um valor fixado por lei.
·         Barbon atribui a preferência por moedas metálicas à conveniência e à dificuldade de falsificação.
·         Em resumo, o dinheiro cunhado (e não a prata) é o instrumento dos contratos;
·         A “valorização do dinheiro” não irá elevar a taxa de câmbio, nem o preço das mercadorias estrangeiras. Ademais, a “valorização do dinheiro” seria o único meio de evitar a evasão do dinheiro;
·         As “valorizações do dinheiro” não elevam o preço das mercadorias. A falta de valorização é que carrearia metais (na forma de bullion) para o exterior;
·         No fundo, acaba por limitar a proposição de que “Mony is a Value made by a Law” (Barbon, 1690, p. 14), uma vez que, no mundo real, a concorrência e a necessidade de preservar o meio circulante nacional imporiam aos governos os valores estabelecidos no mercado internacional.
·         Além disso, ainda que pudéssemos aferir o saldo comercial, conclui, não é verdade que eles sejam compensados com bullion – podem ser compensados em matérias- primas ou em outros metais que não o ouro e a prata, mercadorias que igualmente representam riqueza.
·         A valorização dos metais preciosos, em decorrência de sua escassez e da alta demanda, e a ocorrência de necessidades extraordinárias de financiamento público. A concorrência internacional força uma valorização conjunta das moedas nacionais.
·         A “valorização do dinheiro” provocará aumento do meio circulante nacional.
·         Barbon rejeita a teoria quantitativa da moeda, com a prosaica constatação de que, se os preços dependessem do conteúdo metálico da moeda, o preço das mercadorias só poderia se alterar quando o do dinheiro variasse. Em sua visão, algumas mercadorias variam incessantemente de preço (os grãos, por exemplo), enquanto outras têm preço fixo (a cerveja, as manufaturas de modo geral).
Locke

·      De acordo com Locke o dinheiro vale em dupla medida (teoria dual do valor do dinheiro): porque proporciona juros e porque permite acesso às mercadorias desejadas. Uma queda na taxa de juros significa para Locke uma queda no valor do dinheiro.
·      Os juros são determinadas pela oferta e demanda do dinheiro, logo não pode ser fixo. Uma redução da tx de juros reduziria a oferta de dinheiro e a escassez e meio circulante criaria obstáculos ao trade.

·      Locke afirma que instrumentos alternativos como as letras de cambio não substituem a moeda.
·      O dinheiro será unidade de conta, e reserva de valor. No primeiro caso, será reconhecido pela sua estampa e denominação. No segundo caso, só terá o mesmo valor, quando eu desejar, pelo seu valor intrínseco, ou seja, sua quantidade. à quantidade de ouro e de prata contida na moeda.
·      A humanidade consentiu em colocar um valor imaginário para o ouro e a prata, pela razão de eles serem duráveis, escassos e por não pouco suscetíveis à falsificação. O consentimento vem da quantidade que recebem pelas coisas das quais se desfizeram e da garantia que quando desejar comprar outras coisas que queira, ele ainda terá o mesmo valor, intrínseco à sua quantidade.
·      Uma “valorização do dinheiro” apenas elevaria o nível de preços – já que as peças monetárias afetadas passam a valer menos. A elevação do nível de preços, por sua vez, ativaria movimentos corretivos da taxa de câmbio e do balance of trade, os quais repercuti- riam na oferta monetária. A lição de Locke é a de que não se deve pretender desviar o dinheiro de seu “valor natural”.
·      dinheiro é apenas um peso em metal com estampa
·      par of money põe em relação os pesos de metal precioso contidos em duas moedas nacionais;
·      a quantidade de meio circulante depende do balance of trade;
·      a “valorização do dinheiro” provocará uma elevação proporcional nos preços de todas as mercadorias. Como as pessoas contratam pela quantidade de prata, existindo menos prata na peça de moeda, ela comprará menor quantidade de bens
·      taxa de câmbio, como o “par of money”, obedece à quantidade de prata contida nas moedas nacionais;
·      a “valorização do dinheiro” não impede a evasão de dinheiro, a qual depende unicamente do saldo do balance of trade;
·      Pledge é a base da equivalência (igual valor), possuindo o termo equivalência duplo sentido: i) representa a garantia de que o proprietário de certa quantidade de dinheiro receberá sempre com ela “coisas igualmente valiosas” – quase um truísmo; ii) implica a preservação do valor no tempo.
·      Mais dinheiro em circulação significará a efetiva desvalorização das peças metálicas, ou seja, o encarecimento das mercadorias.
·      A variação da taxa de câmbio que sobrevém às mudanças de valor do dinheiro reforça a concepção de que atos do governo não têm o condão de submeter os não súditos; no caso, os estrangeiros e suas moedas. Não há como impor aos estrangeiros qualquer mudança unilateral do valor do dinheiro.
·      O balance of trade determina a oferta monetária, que o par of money é estabelecido no mercado tendo por base o conteúdo metálico das moedas, e que a taxa de câmbio não pode ser arbitrariamente determinada. Enfim, que o “valor estabelecido por lei” de Barbon não passa de uma ficção.
BARBON
LOCKE
· Funções do dinheiro: medida de valor e meio de troca.
· Existe uma relação entre o valor do dinheiro e o valor da terra. Logo, o valor da terra é rendimento capitalizado. Esse valor da terra (juros) deve ser fixado pela lei. 

· Aceitação generalizada do ouro e da prata se dá pela sua conveniência e dificuldade de falsificação. Valor determinando por oferta x demanda.



· O dinheiro cunhado é o instrumento dos contratos. Se fosse como Locke diz, estariam escritos nos contratos os pesos dos metais e não o valor.
· A concorrência e a necessidade de preservar o meio circulante nacional faz os governos imporem um valor estabelecido no mercado internacional.  A “valorização do dinheiro” não irá elevar a taxa de câmbio, nem o preço das mercadorias estrangeiras.
· A “valorização do dinheiro” provocará aumento do meio circulante nacional. Barbon rejeita a teoria quantitativa da moeda, com a prosaica constatação de que, se os preços dependessem do conteúdo metálico da moeda, o preço das mercadorias só poderia se alterar quando o do dinheiro variasse.



· As “valorizações do dinheiro” não elevam o preço das mercadorias. A falta de valorização é que carrearia metais (na forma de bullion) para o exterior.


· Ainda que pudéssemos aferir o saldo comercial, conclui, não é verdade que eles sejam compensados com bullion – podem ser compensados em matérias- primas ou em outros metais que não o ouro e a prata, mercadorias que igualmente representam riqueza.

· Crédito substitui as moedas nas transações. Credito é um valor formado por opinião, e compra bens assim como o dinheiro compra.




















· Funções do dinheiro: unidade de conta e reserva de valor (pledge).
·  Os juros são determinadas pela oferta e demanda do dinheiro, logo não pode ser fixo. Uma redução da taxa de juros reduziria a oferta de dinheiro e a escassez de meio circulante criaria obstáculos ao trade.
· Dinheiro tem valor intrínseco estabelecido pelo consentimento comum. O consentimento vem da quantidade que recebem pelas coisas das quais se desfizeram e da garantia que quando desejar comprar outras coisas que queira, ele ainda terá o mesmo valor, intrínseco à sua quantidade.
· Contratos são determinados pela quantidade de metal e não pela estampa.
· O balance of trade determina a oferta monetária, que o par of money é estabelecido no mercado tendo por base o conteúdo metálico das moedas, e que a taxa de câmbio não pode ser arbitrariamente determinada.

· Uma “valorização do dinheiro” apenas elevaria o nível de preços – já que as peças monetárias afetadas passam a valer menos. A elevação do nível de preços, por sua vez, ativaria movimentos corretivos da taxa de câmbio e do balance of trade, os quais repercutiriam na oferta monetária. Mais dinheiro em circulação significará a efetiva desvalorização das peças metálicas, ou seja, o encarecimento das mercadorias
· A “valorização do dinheiro” não impede a evasão de dinheiro, a qual depende unicamente do saldo do balance of trade.


· O balance of trade determina a oferta monetária, que o par of money é estabelecido no mercado tendo por base o conteúdo metálico das moedas, e que a taxa de câmbio não pode ser arbitrariamente determinada. Enfim, que o “valor estabelecido por lei” de Barbon não passa de uma ficção.
·  Locke afirma que instrumentos alternativos como as letras de cambio não substituem a moeda.


Conceitos extras:
· De acordo com Locke o dinheiro vale em dupla medida (teoria dual do valor do dinheiro): porque proporciona juros e porque permite acesso às mercadorias desejadas. Uma queda na taxa de juros significa para Locke uma queda no valor do dinheiro.
· Pledge é a base da equivalência (igual valor), possuindo o termo equivalência duplo sentido: i) representa a garantia de que o proprietário de certa quantidade de dinheiro receberá sempre com ela “coisas igualmente valiosas” – quase um truísmo; ii) implica a preservação do valor no tempo.




   
   
2.Ricardo sobre excedente e valor
·           Mesmo esta concordância é modulada pela crítica à posição de Locke de que as mercadorias que ‘saem’ do mercado (por consumo, por exportação) não influenciam os preços das remanescentes. Cantillon repete então sua visão sobre formação de preços em todos os mercados que se intercomunicam, admitidas apenas variações e preço conforme os custos de transporte.
·           Cantillon parte de 3 elementos:
o    Modelo agrícola, da respectiva estrutura de classes e da distribuição de rendimentos entre três classes;
o    Distinção entre transações que envolvem e que não envolvem dinheiro
o    Identidade entre renda e despesa
·           Supondo-se um período de produção (e circulação) equivalente a um ao, o ponto de partida do modelo é o pagamento da 1a renda, que corresponde a 1/3 do total. Este pagamento é feito em dinheiro. Portanto, o fazendeiro, deve imediatamente vender uma quantidade de grãos que lhe possibilite o pagamento integral da renda da terra. 
·           Já o pagamento da 2a e 3a rendas não envolvem dinheiro (ou não em sua totalidade). Uma parte da subsistência é provida em bens e uma parcela dos lucros também não necessita ser transformada em dinheiro. De imediato, portanto, a renda da terra requer um equivalente em dinheiro. à tais produtos pagos ao trabalhador podem ser convertidos em dinheiro, logo trata-se de uma economia monetizada e não escambo.
·           A renda da terra é remetida em forma de dinheiro à cidade, onde moram os proprietários. Supondo-se uma economia fechada, na medida em que os proprietários compram bens e contratam serviços, o dinheiro passa a comerciantes, produtores e fornecedores. Estas pessoas gastam este dinheiro com sua subsistência ou com a compra de matérias-primas para repor as que foram adiantadas. Com isso, por canais diversos, o dinheiro retorna ao campo e ao fazendeiro.
·           Cantillon supõe que o dinheiro deve equivaler, em principio, a metade do produto anual: 1/3 correspone à renda da terra. Uma pequena parte da 2a e 3a rendas também são pagas em dinheiro, já que ha algumas despesas dos trabalhadores e fazendeiros efetuadas fora do campo. Com isso, Cantillon toma como ponto de partida uma quantidade de meio circulante equivalente a ½ do produto total.
·           Fatores que afetam a necessidade de dinheiro:
o      Pagamento da renda da terra a intervalos inferiores a um ano. (Locke também havia cogitado isso)
o      Empréstimos bancários à O proprietário tanto pode antecipar sua renda via empréstimos bancários, como aplicar seus saldos em bancos. O dinheiro depositado em bancos e em goldsmiths é emprestado a comerciante, produtores e etc. Na visão de Cantillon, o dinheiro crédito acelera a circulação. Quanto maior a velocidade de circulação, menor a quantidade requerida.
o    O que Cantillon chama de ‘troca por avaliação’ – troca de mercadorias a preços de mercado, sem interveniência de meio circulante metálico. A ‘troca por avaliação’ não é incomum entre comerciantes.
o    Retenção de dinheiro fora de circulação por precaução.
·           Chega finalmente devido a estes fatores, que será necessário 1/9 da renda total para uma boa circulação.
·           No limite, todo o dinheiro passa pelas mãos do comércio.
·           No entender de muitas pessoas - reflexos disso podem ser visto nos trabalhos dos fisiocratas - haveria um desequilíbrio na circulação, que provocaria escassez de dinheiro no campo e abundancia nas grandes cidades. A resposta de Cantillon é simples: não falta dinheiro no campo. O dinheiro vai atrás das transações monetárias. No campo, uma parte expressiva das transações não são monetárias. De todo modo, afirma Cantillon, bastaria levarmos mais industrias ao interior para que o dinheiro (pagamentos em dinheiro, recebimentos em dinheiro) para lá afluísse.
·           O tecido econômico é permanentemente em desequilíbrio, mas simultaneamente em correção o tempo todo. As coisas são mais caras na capital porque os produtos precisam ser transportados até lá. Por conta disso, o tecido econômico se reorganiza geograficamente por conta desses custos mais caros.
·           Locke só falava em preço de mercado, mas Cantillon considera o valor intrínseco da mercadoria (a quantidade de terra e trabalho gastos no produto). Há mais dinheiro nas cidades porque a quantidade de pessoas é maior que no campo.
·           Apenas produtos com custos elevados de transporte e-ou dificuldades de conservação e transporte podem suportar preços muito diferenciados. E Cantillon desenvolve uma digressão sobre a localização das atividades econômicas.
·           Cantillon diz que um pais exportador obtem um balanço constante de dinheiro vindo de fora. Cresce a circulação e encarece proporcionalmente a terra e o trabalho.
·           Conforme a formulação de Cantillon, '... em todos os ramos do comercio o estado em questao trocara uma menor quantidade de terra e trabalho... por uma maior quantidade...'. Conclusão: a desigualdade de circulação decorrente do balance of trade. Esta é a proximidade a que Cantillon chega do price-specie-flow mechanism.
·           Os proprietários e exploradores das minas enriquecem e, na medida em que efetuarem suas despesas ou emprestarem o dinheiro, jogarão seu metal na circulação. Sabem os preços dos produtos atingidos pela elevação da demanda.
·           Efeito Cantillon: efeito das variações da oferta monetária no preço é via gastos; como é que o dinheiro se espalha pela economia. As mercadorias só vão ficar mais caras se o dinheiro circular. 
·           As minas descobertas geram enriquecimento os proprietários das minas. O dinheiro se transmite quando eles efetuam despesas (compra de pessoas e de matérias primas ou empréstimos) esse metal entra em circulação e os preços dos produtos atingidos por esse aumento de demanda sobem.
·           Vem aí uma crítica a Locke, que teria dito que os preços de mercado sobem conforme a quantidade de dinheiro em circulação, sem esclarecer como. Cantillon explica como: é através do consumo.
·           No caso de aumento do dinheiro por superavit no balance of trade, é possível que a prosperidade prossiga. Neste caso, temos pessoas industriosas, inteligentes e poupadoras. O consumo não se expande tão rápida. Acabará por se expandir, no entanto, e a elevação de preços provocará evasão do trabalho e capital.
·         Adicionalmente, estados com mais tradição e perícia na produção de manufaturados têm vantagens que perduram. Reputação e perfeição manufatureira somam-se a transportes eficientes - o que pode levar as manufaturas a não decaírem.
·         o aumento dos preços não é proporcional ao aumento da quantidade de dinheiro em circulação, porque os diversos canais do comércio são afetados diversamente. Enfim, o dinheiro adicional dirige-se às diferentes mercadorias em proporção diversa.

·         O contexto da afirmação de Petty é bem preciso: uma vez que esta é a quantidade de dinheiro necessária, é 'má administração' manter uma quantidade maior. além disso, o metal pode ser fundido.
·         Sua resposta é negativa, baseada na nação de que mercadorias, e não dinheiro, formam a riqueza. Afirma ainda que, assim como a escassez, o excesso de dinheiro também faz mal. Mas nos dois casos - excesso e escassez - há remédios: no primeiro caso, derreter, exportar; no segundo, recorrer ao dinheiro bancário.
·         Na visão de Petty, o meio circulante metálico é uma parte apenas modesta da riqueza nacional. "Talvez haja apenas seis milhões de libras esterlinas na Inglaterra hoje.", o que e nada diante da riqueza nacional.
·         Velocidade de circulação de moeda à não existe escassez de dinheiro.
·         Multiplicador dos depósitos bancários.
·         Está implícito em Petty a ideia de circulação da renda. Esse autor não se preocupa com oferta monetária, é um dos poucos economistas da época que fica discutindo balance of trade.




3. Visões conflitantes sobre o valor: escassez versus custo em trabalho
Texto Hume – III, IV, V

Of Money
·         Dinheiro não é sujeito do comércio, mas apenas um instrumento que o homem “concordou” para facilitar a troca de uma mercadoria por outra.
·         Não é a roda do comércio, mas sim o óleo que deixa o movimento das rodas mais macio e fácil.
·         Excesso ou escassez de moeda não tem consequência
·         A visão de Hume é oposta às visões mercantilistas que tendiam a identificar riqueza com quantidade de dinheiro, e assim encorajavam politicas para o aumento da quantidade de metais ou dinheiro de uma nação.
·          Hume argumental que o principio geral da abundancia na quantidade de dinheiro não aumenta a felicidade geral doméstica, e pode até prejudica-la. Ele concilia esse principio com a evidencia de que um aumento na oferta de dinheiro pode ser benéfica para estimular a indústria em certos estágios do desenvolvimento econômico, e que uma larga distribuição do dinheiro é favorável para a obtenção de lucros.
·         Uma grande quantidade de dinheiro, é limitada em seu uso, e pode as vezes significar uma perda para a nação no comércio com os países estrangeiros.
·         As nações pioneiras ou com comércio já estabelecido tem vantagens em relação às outras, por conta da superioridade da indústria e das técnicas, e dos maiores estoques que permitem que os comerciantes os troquem em “lucros” menores. Mas essas vantagens são compensadas pelo menor preço do trabalho nessas nações onde o comércio não é tão extenso e não tem muito ouro e prata.
·         Quando a indústria vai se desenvolvendo a riqueza vai voando para as outras nações por conta de terem provisões e trabalho mais baratos.
·         Em geral observa-se que a abundancia de dinheiro é uma desvantagem, pois permite que os estados mais pobres tirem vantagens dos mais ricos no mercado internacional.
·         Paper credits tem papel importante dentro da nação, pois as pessoas ricas a preferem à andar por aí com o dinheiro, por ser mais seguro. Porém, não são de interesse de nenhuma nação estrangeira. Os bancos privados negociam o dinheiro,  e por isso, podem trazer desvantagens, pois aumentam a quantidade de dinheiro além da sua proporção “natural” em relação ao trabalho e às mercadorias, e isso faz com que aumentem os preços impostos pelos mercadores e pelos manufatureiros.
·         Hume enfatiza, porém, que os bancos públicos são de grande importância, pois não fariam essas negociações e cortariam os bancos privados, resultando em menores preços e a destruição dos paper credits. Além disso, os bancos públicos também poderiam conter uma quantidade de dinheiro em sua posse para uso conveniente em tempos de problemas públicos, e assim recolhe-la quando a paz e a tranquilidade for restaurada.
·         Dinheiro é nada mais do que a representação do trabalho e das mercadorias, e serve apenas como um meio de estima-las.
·         Hume diz não poder negar a conclusão que após o descobrimento das minas na América, a indústria começou a crescer em todas as nações da Europa, exceto naquelas que eram donas das minas. E isso só pode se dar pelo fato do aumento da quantidade de ouro e prata.
·         Hume critica a ideia de que a maior abundancia de metais faz com os mercadores sejam mais empreendedores, e os manufatureiros mais diligentes e primorosos.  Na verdade, se considerarmos apenas a influencia da grande abundancia de moeda, veremos o aumento dos preços das mercadorias, obrigando a todos a pagar mais pequenos pedações de metal por tudo que comprarem. E o mesmo acontece com o comércio internacional, pois aumenta o preço de todo o tipo de trabalho.
·         Demora um tempo para perceber o aumento dos preços.
·         Uma boa política do magistrado consiste em apenas manter, e se possível, manter o ritmo de crescimento, pois manterá vivo “o espirito da indústria”, e aumentara o estoque de trabalho, o que consiste no verdadeiro poder e riqueza de uma nação.
·         Outra proposição de Hume quanto ao dinheiro, é que quando o dinheiro é escasso, os pagamentos são feito em mercadorias, o que dificulta a cobrança de impostas e taxas. Isso significa que nesses reinos, não há manutenção das forças e eles não conseguem manter suas frotas e exércitos.
·         Hume pergunta: Como conciliar esse fato com o razoável principio de que a quantidade de ouro e prata é indiferente?
·         De acordo com esse principio, a soberania tem várias razões: o estado seria grande e poderoso, rico e feliz, independente da quantidade de metais preciosos. Nestes casos, onde há pouco metal, mistura-se ouro e prata com outras bases metálicas o que serve também com meio de troca.
·         Essa contradição é apenas aparente segundo Hume.
·         É evidente que os preços dependem da proporção entre mercadorias e dinheiro à qualquer aumento das mercadorias, diminui os preços, e o aumento do dinheiro, faz com as mercadorias aumentem em valor.
·         Também é evidente que os preços dependem tanto da quantidade de mercadorias que vem ao mercado e ao dinheiro que circula. Ou seja, é apenas a oferta comparada com a demanda que determinará o valor.
·         É a proporção entre o dinheiro circulante e as mercadorias no mercado que determinam os preços.
·         Após as mudanças de costumes, onde os contratos e vendas são todas feitas em dinheiro, as mercadorias passam a estar todas no mercado, o que preserva a proporção entre moeda e mercadoria no mesmo padrão do passado.
Of Interest
·         Nada é considerado um mais certo sinal da condição de florescimento de uma nação do que os seus juros baixos. E com razão, apesar de Hume acreditar que a causa é diferente do que é normalmente apreendido.
·         Normalmente os juros baixos são relacionados com a abundancia de dinheiro. Porém, para Hume, o dinheiro não tem outro efeito, se fixado, que o aumento do preço do trabalho.
·         Hume usa conceito de dedução à causa e efeito. Por exemplo, se todo o ouro da Inglaterra fosse aniquilado de uma vez, e substituído por shilling, o dinheiro seria mais abundante ou o juros mais baixos? Não, nenhuma diferença seria observada.
·         Um efeito sempre tem proporção com suas causas. Preços aumentaram 4 vezes com o descobrimento das Índias, o ouro e prata devem ter multiplicado muito mais, mas os juros não caíram pela metade. à Logo, a taxa de juros não é derivada da quantidade de metais preciosos.
·         Altas taxas de juros derivam de três circunstancias:
o   Uma alta demanda por empréstimos
o   Uma pequena quantidade de ricos para ofertar aquela demanda
o   E grandes lucros advindos do comércio.
·         E todas essas circunstancias são claramente provas de um comércio e uma indústria pouco desenvolvidos, e não da escassez de ouro ou prata.
·         Os juros dependem dos hábitos e maneiras que prevalecem numa nação, com isso a demanda por empréstimos aumenta ou diminui. Depende se há frugalidade ou não.
·         Também os hábitos irão definir a quantidade de ricos para ofertar crédito. Novamente usa um exemplo contra-fatual.
·         Comércio aumenta a indústria, por aumentar a frugalidade (ocupando os homens e empregando-os nas artes dos ganhos). É uma consequência infalível de todas as profissões industriosas gerar frugalidade. Não há outra profissão, exceto os comerciantes, que podem fazer o dinheiro aplicado em juros consideráveis, ou seja, que possa aumentar a indústria e com isso a frugalidade.
·         Um aumento no comércio faz com que aumente o numero de ofertantes, o que produz um juros mais baixo.
·         Os juros e a abundancia do dinheiro, ambos são consequência do comércio e da indústria, mas independentes entre si.
Of the Balance of Trade
·         Esse essay procura tratar sobre o medo que um desequilíbrio no balance of trade drenaria toda a oferta da nação de ouro e prata. Para contradizer isso, Hume desenvolve uma “teoria geral” de que o dinheiro suporta uma proporção regular em relação à indústria e mercadorias de cada nação.
·         Hume cede ao fim do essay que algumas tarifas protecionistas podem ser benéficas, mas geralmente ele condena as restrições de mercado.
·         Hume outra vez usa um exemplo contra-fatual. Supor que 4/5 de todo o dinheiro da Inglaterra fosse aniquilado em uma noite, qual seria a consequência? Para Hume, o preço do trabalho e das mercadorias reduziria na mesma proporção, o que faria então que no mercado internacional ninguém conseguiria manter a disputa em vender os produtos pelo mesmo preço. Dessa forma, o comércio exterior traria de volta todo a quantidade de dinheiro perdido vindo das nações vizinhas, e assim, retornaria ao mesmo ponto, pois o fluxo de dinheiro iria aumentar os preços.
·         Seguindo esse raciocínio, se a comunicação fosse cortada (ou seja se houvesse protecionismo), haveria uma grande desigualdade do dinheiro.
·         Quanto mais longe, mais caro o transporte, logo, a comunicação entre esses lugares é obstruída e imperfeita.
·         É nas negociações publicas e transações com estrangeiros que um grande estoque de dinheiro é vantajoso.
·         A partir de um desejo de acumular dinheiro ou da apreensão de perder o dinheiro em espécie, muitos países europeus criam barreiras, obstruções e tributos sobre o comércio à Isso gera um mal estar geral, pois os mesmos privam as nações vizinhas da livre comunicação e troca, que o Autor do mundo pretendia ao dar diferentes climas, solos, e gênios tão diferentes uns dos outros.  
·         Para Hume, os políticos modernos:
o   Usam o único método de banir o dinheiro: o paper-credit.
o   Rejeitam o único método de acumulá-lo: poupando/ entesourando.
o   Adotam uma centena de artifícios, sem propósitos, apenas para favorecer a indústria e roubar-nos e os nosso vizinhos dos benefícios comuns da arte e da natureza.
·         Porém, para Hume, os impostos sobre as mercadorias estrangeiras não pode ser tomadas como prejudiciais ou sem utilidade, mas apenas aquelas fundadas no “ciúme” exposto acima. Esses impostos podem encorajar as indústrias domésticas e multiplica-las.
·         O governo tem razão em preservas com cuidado seu povo e suas manufaturas. Quanto ao dinheiro, ele deve confiar no curso das atividades humanas, sem medo ou inveja.

Blaug

·         Cantillon e Hume reformularam o princípio de Thomas Mun (o fluxo de metais para dentro de um país, aumenta os preços domésticos, e que vender caro e comprar barato, tenderia a fazer o BP ir contra um país). O specie-flow-mechanism diria que um mecanismo automático tenderia a estabilizar a distribuição natural de metais entre os países que tinham relações comerciais entre si e então os níveis dos preços domésticos nesses países seriam iguais aos preços de suas importações.
·         Qualquer aumento de metal em um país aumentaria seus preços relativos resultando em um aumento das importações, o qual seria financiado por um fluxo de metais para fora do país. à Processo continua até que chegue-se a um novo equilíbrio com a nova oferta de metais.
·         Thomas Mum já havia falado sobre o mecanismo do BP e Locke já havia falado em 1690 que os preços variam numa definida proporção em relação à quantidade de dinheiro em circulação. O que Hume e Cantillon fizeram foi colocar essas idéias dentro de uma só.
·         Primeira formulação da teoria quantitativa da moeda foi feita por Locke e dizia simplesmente que o nível de preços é sempre proporcional à quantidade de moeda, sendo esta entendida incluindo sua rapidez de circulação.
·         Hume, falhando em reconhecer a teoria quantitativa da moeda de Locke, ignora os efeitos da velocidade da moeda e da quantidade de trocas, e apenas introduz uma relação causal entre a relação de quantidade de moeda e preços, dizendo que esta é proporcional ao longo do tempo.
·         Cantillon é o primeiro a não deixar dúvidas de que um aumento na velocidade de circulação da moeda é equivalente a um aumento da base monetária, e ele mostra que o  efeito desse aumento da base monetária sobre os preços depende do modo como o dinheiro é injetado na economia (através do gastos). Locke e Hume considera o aumento dos preços mas não considera como isso acontece.
·         Hume e Cantillon criticaram a ideia de que um aumento da oferta de dinheiro diminuiria a taxa de juros, apenas consideram que isso pode acontecer temporariamente.
·         Repercussões de um aumento na oferta monetária poderiam ser traçadas pelo Efeito Cantillon: se o dinheiro fosse para as mãos de pessoas empreendedoras para ser poupado e investido, a taxa de juros provavelmente cairia; mas se fosse para as mãos dos proprietários de terra, eles o gastaria em consumo e o aumento da demanda faria com que os empreendedores aceitassem pagar taxas de juros mais altas. 
·         A taxa de juros dependem da demanda e da oferta por fundos emprestáveis, com a lucratividade dos investimentos e a prodigalidade dos donos de terra na parte da demanda e a riqueza do país e a distribuição da riqueza na parte da oferta.
·          

Schumpeter

·         Dada a pergunta: qual a quantidade de dinheiro que um determinado país precisa ?
·         Hume parece ter sido o primeiro a mostrar de forma clara e explicitamente que no nível da pura lógica essa pergunta não tem sentido. Só terá sentido se a fizer em um país isolado. Por outro lado , com uma perfeita moeda de ouro, cada país sempre tenderá a ter o valor adequado a sua posição relativa no comércio internacional.
·         Mas , no século XVI as pessoas pensavam de maneira diferente, e sentido prático pode de fato ser comunicado a essa pergunta , acrescentando : ao nível prevalecente de preços . Assim alterado, o problema foi o de determinar as exigências de circulação interna em determinadas condições de tempo e lugar, com vista , quer para suportar até um ponto ou para combater além desse ponto a política ' mercantilista ' de fazer cumprir as importações de ouro e prata .
·         Cantillon foi o primeiro a falar de velocidade de circulação, também foi o primeiro a afirmar com todas as letras que o aumento na velocidade do dinheiro é equivalente ao aumento de sua quantidade. Ele também chegou à conclusão de que as medidas calculadas para diminuir a velocidade iriram neutralizar os efeitos da inflação. Nem Hume , nem Smith acrescentou nada de importante .
·         Locke e Cantillon preveem claramente não só velocidade , no sentido estrito , mas também a taxa de gastos. Devido à importância que o conceito relacionado de propensão a consumir ganhou em conexão com a análise do multiplicador também era perfeitamente familiar aos economistas daquela época .

Cantillon

·         Se opõe a idéia de Hume de que o aumento da quantidade de moeda aumentará os preços na mesma proporção. Para Cantillon isso vai depender do que chama-se de Efeito Cantillon, ou seja, os preços vão aumentar dependendo de como os novos possuidores de dinheiro decidirão gastá-lo (de como ele é direcionado ao consumo e circulação). 
·         Price-specie-flow de Cantillon: comércio traz abundância de dinheiro à aumento do consumo à aumento das importações/ diminuição do saldo do balance of trade à aumento dos gastos faz com que aumentem também o custo do trabalho e os preços do bens manufaturados à  fluxo de dinheiro para fora do país
·         Os juros para Cantillon, assim como para Hume, são determinados no mercado por credores e devedores. É uma questão de oferta x demanda de crédito e não de dinheiro. Cantillon adiciona a esse fator o risco de inadimplência.
·         Para Cantillon a ‘taxa corrente de juros’ em determinado país é a taxa para empréstimos que oferecem garantias plenas. É o piso dos juros, acima do qual se exerce diferenciação conforme o risco. Esta ‘taxa corrente’ difere muito pouco dos juros associados a hipotecas de terra.
·         Hume adiciona a essa ideia que a presença de poupadores está ligado aos hábitos e costumes de um povo.
·         Hume afirma que, apesar do que foi dito acima (variações da oferta monetária se conectam apenas aos preços), pode-se admitir que após a descoberta da América, a Europa de modo geral progrediu com a abundancia de metais e moeda. à Porém qual a relação, já que a moeda só afeta os preços???  à Cantillon diz que é pelos gastos.
o   Embora a elevação dos preços seja uma consequência necessária do aumento dos metais, não ocorre imediatamente após aquele aumento. “Some time is required before the money circulates through the whole state, and makes its effect be felt on all ranks of people.”. O mecanismo não está perfeitamente claro, como em Cantillon (gastos), mas o dinheiro vai se espalhando paulatinamente, afetando então as mercadorias. à “felicidade” temporária enquanto os preços não sobem.
o   Daí se depreende que a uma boa política é manter a oferta monetária em lenta e contínua expansão. Com isso, o gap é mantido. à Importante é que as pessoas fiquem estimuladas.
·         O que vale o plano internacional, aplica-se às províncias de um país. Hume refere-se a unificação da Inglaterra e da Escócia, que foi vista por muitos como antessala do esvaziamento de moeda inglesa. Admite também, como Cantillon, apenas as diferenças de preço baseadas em custos de transporte. E esboça um mecanismo internacional de ajustamento e vantagens mutuas através do comércio, bem evidenciado nesta passagem: “cada novo acre de vinha plantada na França, para fornecer vinho à Inglaterra, obrigará os franceses a tomar o produto de um acre inglês, plantado com trigo ou centeio...”. E a frase é complementada ainda com um “we should thereby get command of the better commodity”.

 Ricardo

1.      Valor

·         Utilidade não é a medida do valor de trocam embora lhe seja absolutamente essencial. ... Possuindo utilidade, as mercadorias derivam seu valor de troca de duas fontes: de sua escassez e da quantidade de trabalho necessária para obtê-las.
·         Se a quantidade de trabalho contida nas mercadorias determina o seu valor de troca, todo acréscimo nessa quantidade de trabalho deve aumentar o valor da mercadoria sobre a qual ela foi aplicada, assim como toda diminuição deve reduzi-lo.
·         Ricardo começa sua teoria da onde Smith parou. Ricardo dizia que o valor do produto era dado tanto pelo a quantidade de trabalho como pela a escassez do produto. Se o produto fosse de fácil produção, que se conseguia produzir em larga escala o valor do mesmo era dado pela quantidade de trabalho inserida no produto( trabalho morto + trabalho atual ). Por exemplo, um sapato, o valor do sapato é dado pelo trabalho nele inserido, o trabalho para criar o boi, para abater o boi, para fazer o couro, para fazer a cola, mais o trabalho do artesão para a junção disso tudo. Agora uma obra de arte, que relativamente tem menos tempo de trabalho que outras mercadorias porém, tem seu valor muito elevado devido ao seu nível de raridade.
·         O valor econômico de uma mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho que, em média, é necessário para a produzir, incluindo aí todo o trabalho anterior (para produzir suas as matérias primas, máquinas, etc.), sendo também a durabilidade um fator que afeta esse valor.
·         Por esta teoria o preço de uma mercadoria reproduz a quantidade de tempo de trabalho nela colocado, sendo o trabalho o único elemento que realmente gera valor, porém, o salário não aumenta a quantidade de trabalho, logo o valor da mercadoria não depende disso. Num exemplo clássico entre os teóricos do valor-trabalho, a razão porque um diamante é mais valioso que um copo de água é porque dá, em média, mais trabalho, encontrar e extrair um diamante do que um copo de água. Com o valor sendo gerado pelo trabalho, única e exclusivamente, logo se levou à idéia de que, se todo o valor é gerado no trabalho, logo os trabalhadores eram quem gerava toda a riqueza existente, sendo que os não-trabalhadores - os patrões - que acabavam por ficar com grande parte da riqueza gerada pelo trabalho incorporado, estavam na verdade usurpando a classe trabalhadora deste valor gerado pelo trabalho, através de um processo conhecido como mais-valia. A mais-valia é o nome dado à diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base da exploração no sistema capitalista. Lei fundamental do
·         capitalismo, cuja essência é a produção da mais-valia máxima e a sua apropriação pelos capitalistas mediante o aumento do número de operários assalariados e a intensificação de se sua exploração. A lei da mais-valia é a forma que se manifesta no capitalismo a lei do valor. A formação do capital é o resultado do lucro do capitalista obtido através da mais-valia. A mais-valia é produzida no processo de produção quando o trabalhador ao vender a sua força de trabalho por um salário, não recebe por tudo aquilo que produziu. A mais-valia é absoluta quando há um aumento na jornada de trabalho sem que aumente o salário. A mais-valia relativa ocorre com o aumento da produtividade pela introdução de tecnologia.
·         A Lei do valor é a lei econômica da produção mercantil que, por um lado, condiciona a produção e troca de cada mercadoria de acordo com o seu gasto socialmente necessário de trabalho, e, por outro, é a lei do equilíbrio espontâneo da sociedade capitalista. O Valor de uso de acordo com sua utilidade: "É a utilidade de uma coisa que lhe dá um valor de uso, mas essa não surge no ar. É determinada pelas qualidades físicas da mercadoria e não existe sem isso". Diferentemente do valor de troca, pode-se dizer que o valor de uso tem uma relação qualitativa, enquanto o valor de troca tem relação quantitativa.


Galiani

·         Sem dominar as artes das ligas metálicas nem a natureza dos quilates, os povos extratores de metais utilizam os certos pesos e medidas para avaliá-los.
·         Difícil determinar a origem da moeda cunhada
·         Uma coisa é saber quanto pesam as moedas antigas, outra, quanto valem. Conhecer o peso é fácil, porque guardamos ainda hoje muitas moedas antigas bem conservadas, mas o valor é equiparação da moeda com as outras coisas. Com efeito, como as outras coisas são todas avaliadas com base na moeda, da mesma forma a moeda é medida com base na outras coisas.
·         Esta medida varia a cada ano.
·         A posse do ouro e da prata é o desejo maior de todos os homens.
·         Aristóteles: “A moeda foi instituída por convenção e por essa razão ela é chamada de nómisma, ou seja, pela lei, porque justamente tem valor por lei e não por natureza, e porque está em nosso poder modificá-la e torna-la sem valor.”
·         Galiani acredita que todas as coisas tem o seu valor assentado em princípios certos, gerais e constates; que, nem o capricho ou lei podem violar, e que os homens são passivos em relação ao valor.
·         Valor é a relação entre a posse de uma coisa em relação de igualdade com outra, porque nas trocas essa igualdade não gera perdas, nem enganos.
·         Sendo diferentes as inclinações dos espíritos humanos e diferentes as necessidades, o valor das coisas também varia.
·         Valor é uma relação composta por dois elementos: utilidade e raridade.
·         Utilidade: a capacidade que tem uma coisa de nos proporcionar felicidade, satisfaz o estímulo de uma paixão.
·         Ex: adornos que indiquem superioridade são valiosos, pois a superioridade é fonte do mais intenso prazer.
·         Davanzati questiona: bezerro vivo vale menos que um bezerro de ouro
·         Para explicar esse questionamento, Galiani afirma novamente que o valor é uma razão composta, pois não leva em conta apenas utilidade mas também raridade. Caro e barato são termos relativos.
·         Raridade é a relação que existe entre a quantidade de uma coisa e o uso que dela se faz. Quantidade pode depender da sua abundancia na natureza ou da quantidade de trabalho e esforço empregados na sua produção.
·         O trabalho é o único a conferir valor às coisas.
·         Para calcular o trabalho é preciso levar em consideração três coisas: numero de pessoas, o tempo e as diferentes remunerações.
·         A raridade, entretanto, deve ser avaliada com base não na proporção em que nascem os homens de talento, mas conforme chegam à maturidade. E talento é diferente de emprego.
·         Há porém uma dificuldade de cálculo, pois o mesmo seria um cálculo à priori. Problema indeterminado.
·         Os preços regulam-se pelas variações no consumo.
·         O valor da moeda segue os princípios gerais do valor de Galiani, e por isso não pode ser estabelecido e fixado pelas leis ou costumes.
·         A moeda é a relação de valor que se mantém fixa entre as várias mercadorias. Logo o valor da moeda não é fixo, apenas a sua relação de valor com as outras mercadorias.
·         Mal inerente à moeda: relação de valor estabelecida pela autoridade da lei sei que possa mudar de acordo com os movimentos naturais.

Say























Ricardo
Cantillon
Galiani
Say
Modelo agrícola à oposição entre lucros e salários é determinante da distribuição da renda.
Diferença é que ele não acha que a economia era essencialmente agrária como Cantillon.
Renda da terra é renda diferencial (rendimentos declinantes a partir de adição de terras menos férteis ou distantes).
Para preservar a taxa de lucro, subtraem do rendimento das parcelas anteriormente cultivadas frações suficientes para equilibrar as taxas de lucro.
Frações deduzidas do lucro formam a renda da terra.
Objetivo da renda diferencial é deixa-la como resíduo para centralizar a oposição entre lucros e salários.
Obs: Sendo importados os grãos, as terras menos produtivas seriam dispensadas, reduzindo a renda da terra paga nas frações infra-marginais.

Economia essencialmente agrícola.
Sociedade rural estratificada em 3 classes.
Objetivo dos fazendeiros é além de prover a própria subsistência, obter uma renda residual – terceira renda ou lucro.
O lucro dependera das despesas de cultivo, da renda da terra previamente acordada, e do valor da produção obtido.
Modelo é reprodutivo, pois o que o fazendeiro antecipa será recomposto no final da safra, de modo a iniciar outro período de produção.
A concepção geral de Galiani é marcada por estar incluída numa discussão monetária.
Visão de Galiani é que as minas são exploradas visando o lucro, e portanto se são descobertas minas mais férteis, as menos férteis serão menos lucrativas. Há uma relação inversa entre a fertilidade das minas e o custo do trabalho. Ou seja, quanto mais fértil a mina, menos esforço será necessário para retirar os metais. (Similar a Cantillon)
Através da mineração estabelece-se uma conexão entre mineração, trabalho e fertilidade.
Crítica a Locke: Não há possibilidade que o valor dos metais possa ter sido convencionado. à Existem regras gerais de determinação do valor que se aplicam a moeda.
Faz comentário à estima dos homens: relação de igualdade entre possuir uma coisa ou outra à elemento aristotélico.

Definições preliminares:
- Riqueza: bens que possuem um valor próprio e que se tornaram propriedade dos possuidores à Criar objetos dotados de utilidade é criar riqueza.
- Valor: pode ser reconhecido. Tem como primeiro fundamento o uso que se pode fazer das coisas (utilidade).
- Preço: medida em moeda do valor das coisas.
Say dá grande destaque à utilidade. Venda de um produto é venda da utilidade nele contida.
Transformação do que é dado pela natureza é inicialmente feita pela indústria agrícola. Depois tem-se ainda as indústrias manufatureira e comercial.

Obs.: Condillac vê na troca a origem da criação de utilidades (lucro). Para Say, a indústria comercial desloca os bens acrescendo-lhes utilidades. A troca para Say é respeito à equivalentes.
Lucro é determinado pela pior aplicação de capital, uniformizado pela mobilidade do capital, e portanto a renda não interfere no lucro.
Excedente: O que sobra na produção, uma vez pagos os salários, é lucro.
Quanto menores os salários, maior o lucro.
Visto que os salários são fixados em termos físicos (cesta de subsistência), para reduzir os salários precisa reduzir os custos de produção da certa. à Importação.
Rendimentos marginais declinantes do trabalho à pressão sobre os lucros à declínio na taxa de acumulação.
Excedente em Cantillon tem concepção naturalista ou agrícola. Objetivo dos fazendeiros é produzir uma renda residual ou lucro, que é uma remuneração do capital do agricultor. Excedente = 3a e 1a renda.

Lucro é a remuneração do capital do agricultor/fazendeiro.

Valor da produção – salários  e custos de produção = excedente (lucro + renda da terra)

Lucro do capital: parcela retirada pelas pessoas industriosas que fizeram adiantamentos.
Renda é a parte retirada dos valores produzidos. Ou seja, todo o valor produzido será empregado no pagamento de renda. à Formulação da Lei de Say.

Lucros da indústria: trabalho do empresário confere altas rendas (diferenciação salarial e variedade de atividades) e lucro do operário é baixo (trabalho abundante).

Distribuição entre salários e lucros determinada na ultima fração ocupada de terra (a qual não paga renda).
Salários são dados e fixados ao nível de subsistência e determinados por regras históricas e sociais.
Taxa de lucro obtida onde há piores condições de produção ou na aplicação marginal do capital.
Elementos essenciais dos salários são:
- mecanismo de ajustamento malthusiano da população à disponibilidade de meios
- fixação ao nível de subsistência
- critério de subsistência é sócio-histórico
- lei dos rendimentos declinantes na agricultura aumenta o valor da cesta de subsistência
- melhoria do padrão de vida contribuiria para a contenção do cresc. populacional
Salário para Cantillon é essencial. Regra de subsistência que depende das condições sociais (dados os hábitos de consumo).  Os salários são aplainados por um mecanismo “malthusiano”, e flutuam em torno do preço natural.
Imprecisão em torno da noção de subsistência à depende da categoria social.
Explica pela diferença do tempo de vida laboral de cada categoria social. Ou riscos e necessidade de confiança mais elevados.

Trabalho é o único a conferir valor às coisas. à Porém raridade sempre presente.
Para calcular o trabalho devemos levar me consideração três fatores: número de trabalhadores, tempo de trabalho e as diferentes remunerações do trabalho.
Cálculo dos diferentes valores do talento: mesma regra do valor (utilidade e raridade).  à Diferente de Smith que acreditava mais em treinamento e exercício profissional.
Salários dos trabalhadores rurais são baixo pois um numero elevado de pessoas pode exercer essa tarefa à Marx definia trabalho simples.

Remuneração dos serviços produtivos dos agentes naturais (trabalho, terra e capital) é um conceito atribuído à Say.
Essa remuneração só entra no preço se eu puder me apropriar desse agente natural (água, minérios, etc – já o vento não tem custo).
Três rendas: salários (pagamento da indústria/trabalho), juro (pagamento do capital) e renda (pagamento de um bem fundiário).  à Fatores são pagos por prestarem serviços produtivos.
Remuneração de diferentes indústrias se diferencia pelo estudo (ciência), aplicação útil dos conhecimentos, trabalho manual. Ou seja: teoria, aplicação e execução).
As atividades que gerarão diferentes remunerações.
Rendas dos produtores nada mais são os que as retribuições pelos serviços produtivos.

Remunerações maiores: trabalhos perigosos, trabalhos sem ocupação constante, e trabalhos que exigem habilidade incomum.

Decisão de produzir à Demanda por serviços produtivos à oferta compete aos proprietários à em todas as etapas trocam-se serviços por rendas (salários, lucros, e renda da terra).
Ricardo é evasivo no que se refere ao valor. Em certas passagens se refere à regra de determinação do valor relativo conforme as dificuldades de produção. à custo em trabalho.  
O valor é determinado pelas piores condições de produção.
Tanto os salários quanto os lucros seriam expressos em volume físico de mercadoria.
A taxa de lucro seria determinada pela relação entre o volume que resulta como lucro e o que equivale ao capital aplicado.
Valor é trabalho em cada coisa, e a distribuição é dada entre rendas e terras.
Utilidade é medida do valor de troca (Smith) à Para Ricardo se a mercadoria não fosse útil não teria valor de troca.
Mercadorias raras derivam seu valor da escassez.
A regra geral é que as mercadorias se troquem na proporção do trabalho despendido na sua produção.
Smith situa duas teorias do valor: uma no dispêndio de trabalho, outra em trabalho comandado.  Primeira se restringe a sociedade primitivas e a segunda às sociedades comerciais.
Valor da mercadoria não é influenciado pelos salários, mas sim pela distribuição de renda. à Se salários subirem, a decorrência será a queda dos lucros.
Obs: para Ricardo só há valor na relação de troca. Não há valor absoluto ou medida invariável de valor.
Malthus acusava Ricardo de não medir os lucros no valor das mercadorias. Smith também dizia que o valor pagava salários e lucros.

Valor intrínseco expresso pelo par terra-trabalho necessários à provisão de subsistência.
Valor é uma relação composta por dois elementos: utilidade e raridade.  
Utilidade: a capacidade que tem uma coisa de nos proporcionar felicidade, satisfaz o estímulo de uma paixão.
Raridade: a relação que existe entre a quantidade de uma coisa e o uso que dela se faz.
Quantidade pode depender da sua abundancia na natureza ou da quantidade de trabalho e esforço empregados na sua produção.

Produção de riqueza é produção ou aumento da utilidade.
Valor é a medida de utilidade de uma mercadoria que é expressa em preço. Mas o dinheiro também é uma mercadoria, se o preço de um bem é forçado para cima não significa que a utilidade da mercadoria aumentou, mas que o valor do dinheiro diminuiu.

Valores são produzidos pelo concurso da indústria, dos capitais e dos agentes naturais (dos quais alguns não são apropriáveis).

Fundamento do valor é a necessidade. Valor depende da avalição entre duas mercadorias. Porém esta avaliação só será chancelada no mercado. 
Surgem as quantidade procuradas e demandadas.

Ideia confusa: quantidade demandada é modulada pelo preço (o qual depende do custo de produção). à confuso pois assim o preço estaria dado.

Custo de produção está relacionado à quantidade e remuneração dos serviços produtivos. Custo de produção está relacionado à oferta à Say mistura estas funções de oferta e demanda.
O custo fica relacionado à utilidade.

Crítica a Ricardo: não leva em consideração que a demanda influi sobre o valor dos serviços produtivos, o que aumenta os custos de produção, elevando os preços.
Ricardo passa a considerar que o capital fixo produz efeito sobre o valor à conforme o desgaste/período de circulação.
Com uma subida dos salários, as mercadorias que forem intensivas em trabalho, subirão em valor relativo, comparado aquelas que forem intensivas em capital fixo.
Escala de trabalhos de diferentes qualidade à varia pouco à escala fixa não terá efeitos à alteração no valor relativo se deve à mudanças no trabalho contido.


Capital produtivo é o valor de utensílios, instrumentos, matérias-primas e etc a serem transformados. Tudo que foi transformado pelo homem e é utilizado na produção e criação de novos produtos.

Capital é produto já criado pela indústria, e será usado na criação de novos produtos.

Crítica a Smith: o progresso não se dá apenas da divisão do trabalho. Mas também na capacidade apropriação da natureza e utilização dos serviços produtivos dos agentes naturais.



Questão complexa em Say: variações de preços relativas e reais.
Variações relativas são aquelas na relação de uns bens e outros.
Variações reais são as que afetam os custos de produção. à Influem sobre as riquezas individuais e não sobre a riqueza nacional.



De acordo com esse principio, o excedente é determinado pelas condições técnicas de produção e um salário usual de “subsistência”. A competição opera distribuindo o excedente entre os vários tipos de rendas da propriedade. – Ricardo e Cantillon
“Lei de Say”, que postula, mas não explica por que nem como, que “a oferta cria sua própria procura” e que, portanto, subtraindo o consumo agregado dos dois termos da frase anterior, “a poupança determina o investimento”.
Lei de Say: "Quando um produto é criado, ele, desde aquele instante, por meio de seu próprio valor, proporciona acesso a outros mercados e a outros produtos"
Um excedente pode ocorrer apenas quando muitos meios de produção forem aplicados a um determinado produto em detrimento de outro.
salvo a produção para a subsistência que é mínima, nenhum produto é resultado unicamente de um único tipo de indústria, o produto de cada um deles acrescenta uma utilidade ao outro, compondo o valor da mercadoria.



4. John Stuart Mill e o declínio da economia ricardiana
Temos que começar pela definição dos termos. Adam Smith, em uma passagem muitas vezes citada, deparou com a mais óbvia ambigüidade em relação ao termo valor — o qual, em uma de suas acepções, significa utilidade, e em outra, poder de compra; em sua própria terminologia, seriam o valor de uso e o valor de troca. Todavia (como observou o sr. De Quincey), ao ilustrar esse duplo significado, o próprio Adam Smith caiu em outra ambigüidade. Segundo ele, coisas que têm o máximo valor de uso muitas vezes têm pouco ou nenhum valor de troca o que é verdade, pois aquilo que pode ser obtido sem trabalho ou sacrifício não tem preço, por mais útil ou necessário que possa ser. Mas Smith continua, dizendo que coisas que têm o máximo valor de troca, como um diamante, por exemplo, podem ter pouco ou nenhum valor de uso. Isso equivale a empregar o termo uso não no sentido em que o aborda a Economia Política, mas em outra acepção, em que uso (utilidade) se opõe a prazer. A Economia Política nada tem a ver com a avaliação comparativa de utilidades diferentes no julgamento de um filósofo ou de um moralista. A utilidade de uma coisa, em Economia Política, significa a capacidade que essa coisa tem de satisfazer a um desejo ou de servir a uma finalidade.
O valor de troca de uma coisa pode ser inferior — para qualquer montante — ao seu valor de uso; mas que jamais possa superar o valor de uso, implica contradição; isso supõe que as pessoas pagarão, para possuir uma coisa, mais do que o valor máximo que elas mesmas lhe dão como meio de gratificar as suas inclinações.
Os autores modernos mais precisos, porém, para evitar o dispêndio inútil de dois bons termos científicos para um único conceito, empregaram preço para expressar o valor de uma coisa em relação ao dinheiro, a quantidade de dinheiro pela qual a coisa será trocada. Por conseguinte, daqui em diante entenderemos por preço de uma coisa seu valor em dinheiro, por valor, ou valor de troca, seu poder geral de compra, isto é, o comando ou direito que a sua posse dá sobre bens ou mercadorias compráveis em geral.
Mas há um caso em que ninguém hesitaria dizer que tipo de mudança se operou no valor do casaco, isto é, se a causa da qual se originou a mudança dos valores de troca residiu em algo que afetou diretamente o próprio casaco, e não o pão ou o vidro. Suponhamos, por exemplo, que se fez um aperfeiçoamento nas máquinas, em virtude do qual se pôde tecer o tecido fino de lã preta pela metade do custo anterior. O efeito disso seria baixar o valor de um casaco, e se a baixa for devida a essa causa, ele baixaria não somente em relação ao pão, nem somente em relação ao vidro, mas em relação a todas as coisas compráveis, excetuadas aquelas que eventualmente fossem afetadas, neste mesmo momento, por uma causa similar de redução do valor. Devemos, pois, dizer que houve uma queda do valor de troca ou do poder de compra geral de um casaco. A idéia de valor geral de troca origina-se do fato de que há realmente causas que tendem a alterar o valor de uma coisa trocada por coisas em geral, isto é, por todas as coisas sobre as quais não agem causas de tendência similar.
As causas que se originam nos produtos com os quais o comparamos afetam o valor deste em relação a esses produtos, ao passo que as causas que se originam no próprio produto em consideração afetam seu valor em relação a todos os produtos.

O preço em dinheiro de todas as mercadorias pode subir. Mas nãopode haver um aumento geral de valores. Seria uma contradição terminológica.  O valor de A só pode aumentar pelo fato de A ser trocado por uma quantidade maior de B e C, caso em que B e C devem valer uma quantidade menor de A. Não é possível que todas as coisas subam, umas em relação às outras. Se sobe o valor de troca de metade das mercadorias existentes no mercado, os próprios termos implicam uma queda do valor de troca da outra metade; e, reciprocamente, a queda do valor de troca de metade das mercadorias implica um aumento do valor de troca de outra metade.
O fato de os preços em dinheiro de todas as coisas subirem ou descerem, desde que todos subam ou caiam igualmente, não tem em si importância, prescindindo de contratos vigentes. Isso não afeta nem os salários, nem os lucros, nem a renda de ninguém. Cada um recebe mais dinheiro em um caso, e menos no outro, mas nem por isso conseguem comprar, em relação a antes, quantidade maior ou menor de todas as mercadorias que se compram com dinheiro. Não faz nenhuma diferença senão a de usar mais ou menos moedas.
Recordemos, portanto (e não faltarão ocasiões para chamar a atenção para isso), que  ou uma queda geral de valores é uma contradição, e que um aumento ou uma diminuição geral de preços não é outra coisa senão uma alteração no valor do dinheiro, constituindo isso um fato totalmente sem importância, a não ser enquanto afeta contratos vigentes de recebimento e pagamento de quantias fixas de dinheiro,2 e enquanto (é preciso acrescentar) afeta os interesses dos produtores de dinheiro.
CAP2
Como assinalei no capítulo precedente, a utilidade de uma coisa segundo a avaliação do comprador é o limite extremo de seu valor de troca: disso não pode passar o seu valor; para elevar esse valor até esse ponto, requerem-se circunstâncias peculiares
Esse caso, no qual o valor é inteiramente regulado pelas necessidades ou desejos do comprador , é o caso de monopólio estrito e absoluto, em que, pelo fato de o artigo desejado só poder ser obtido de uma pessoa, esta pode cobrar qualquer preço, abaixo daquele ponto em que não haveria nenhum comprador.
1 caso...Trataremos primeiro das coisas absolutamente limitadas em quantidade, tais como esculturas ou pinturas antigas.  O seu valor depende...
A procura e a oferta, a quantidade em procura e a quantidade em oferta tendem a igualar-se. Se em algum momento forem desiguais, a concorrência se encarrega de igualá-las, e a maneira como se faz isso é por meio de um ajuste do valor. Se a procura cresce, aumenta o valor; se a procura decresce, baixa o valor; por outro lado, se a oferta cai, o valor aumenta, e se a oferta aumenta, o valor cai. A subida ou a queda continua, até que a procura e a oferta se igualem novamente entre si: e o valor que um artigo terá em qualquer mercado não é outro senão o valor que, naquele mercado, é dado por uma procura exatamente suficiente para atender a oferta existente ou esperada.  Essa é, pois, a lei do valor, com respeito a todos os artigos não suscetíveis de serem publicados à vontade. Sem dúvida, tais artigos são exceções.
CAP3
2CASO...
Quando a produção de um artigo resulta do trabalho e dos gastos feitos, seja o artigo suscetível de multiplicação ilimitada ou não, há um valor mínimo que representa a condição essencial para que ele seja permanentemente produzido. O valor, em qualquer momento determinado é resultado da oferta  e da procura, sendo isso sempre necessário para criar um mercado para a oferta existente. Entretanto,
se tal valor não for suficiente para compensar o custo da produção, e, além disso, para assegurar o lucro normal que se espera, não se continuará a produzir a mercadoria. Os donos de capital não continuarão permanentemente a produzi-la com perda. Nem sequer continuarão a produzir com lucro inferior àquele do qual tem condições de viver.
Por isso, podemos denominar o custo de produção, juntamente com o lucro normal, preço ou valor necessário de todas as coisas produzidas com mão-de-obra e capital.
Se o valor da mercadoria é tal que pague o custo da produção não somente com a taxa de lucro costumeira, mas com uma taxa de lucro mais elevada, o capital entra na corrida para partilhar desse ganho extra, e, fazendo aumentar a oferta desse artigo, acaba reduzindo o valor do mesmo. Isso não é uma simples suposição ou conjectura, mas um fato conhecido daqueles que estão familiarizados com operações comerciais.
Por conseguinte, como norma geral, há a tendência de as coisas serem trocadas umas pelas outras a valores tais que possibilitam a cada produtor repor o custo da produção com o lucro normal; em outras
palavras, a valores que proporcionarão a todos os produtores a mesma taxa de lucro para o que gastaram. Mas, para que o lucro possa ser igual quando é igual o gasto, isto é, o custo de produção, em média as coisas devem poder ser trocáveis umas pelas outras à razão de seu custo de produção: coisas cujo custo de produção for o mesmo devem ter o mesmo valor, pois somente assim um gasto igual dará um retorno igual.
Adam Smith e Ricardo denominaram esse valor de uma coisa, que é proporcional a seu custo de produção, valor natural (ou seu preço natural). Com isso queriam dizer o ponto em torno do qual o valor oscila, e para o qual tende sempre a voltar — o valor central, para o qual, como se expressa Adam Smith, o valor de mercado de uma coisa está constantemente tendendo, sendo que qualquer desvio em relação a esse valor central é apenas uma irregularidade temporária, a qual, no momento em que ocorrer, aciona forças que tendem a corrigi-la. Em uma média de anos suficiente para possibilitar que as oscilações para um dos lados da linha central sejam compensadas pelas oscilações para o outro lado, o valor de mercado concorda com o valor natural, mas é muito raro que coincida exatamente com ele em algum momento específico.
Não há necessidade que ocorra uma alteração efetiva da oferta,e quando esta existir, a alteração, se permanente, não é a causa, mas a conseqüência da mudança de valor. Certamente, se a oferta não pudesse aumentar, nenhuma diminuição do custo de produção haveria de fazer baixar o valor; mas não há necessidade alguma de que deva ocorrer esse aumento da oferta.
A  procura e a oferta comandam o valor de todas as coisas cuja quantidade não comporta aumento indefinido — salvaguardado o princípio de que, mesmo para essas coisas, se forem produzidas com trabalho, há um valor mínimo, determinado pelo custo de produção. Ao contrario, em todas as coisas cuja quantidade pode ser aumentada indefinidamente a procura e a oferta determinam apenas as perturbações de valor, durante um período de tempo que não pode superar a duração do tempo necessário para alterar a oferta.  Embora nesse caso, a procura e a oferta regulem dessa forma as oscilações do valor, elas mesmas obedecem a uma força superior, que faz com que o valor tenda em direção ao custo  de produção - força esta que manteria esse valor igual ao custo de produção, se continuamente não surgissem novas influencias perturbadoras para fazer o valor desviar novamente do custo de produção. Para prosseguirmos na mesma metáfora, a procura e a oferta sempre buscam avidamente um equilíbrio; mas a condição de equilíbrio estável ocorre efetivamente  quando as coisas são trocadas umas pelas outras com base em seu custo de produção, ou, na expressão que temos utilizado, quando o valor das coisas é o seu valor natural.
CAP4
O que a produção de uma coisa custa a seu produtor, ou à sua série de produtores, é a mão-de-obra despendida em produzi-la. Se considerarmos como produtor o capitalista que efetua os adiantamentos, a palavra mão-de-obra está em lugar da palavra salários - o que o produto lhe custa são os salários que ele tem de pagar.
O leitor deve ter observado que Ricardo se exprime como se a quantidade de mão-de-obra necessária para produzir uma mercadoria e comercializá-la fosse a única coisa de que depende o valor da mesma. Mas já que o custo de produção para o capitalista não é a mão-de-obra, mas os salários, e já que os salários podem ser maiores ou menores, sendo igual o contingente de mão-de-obra, pareceria que o valor do produto não pode ser determinado unicamente pela quantidade de mão de obra junto com a remuneração e que os valores em parte devem depender dos salários.
A fim de decidir esse ponto, tem-se de considerar que o valor é um termo relativo - que o valor de uma mercadoria não é uma denominação para designar uma qualidade inerente  e real da própria coisa, mas significa a quantidade de outras coisas que se pode obter em troca dessa mercadoria. O valor de uma coisa sempre deve ser entendido em relação a alguma outra coisa, ou a coisas em geral. Ora, a relação de uma coisa com outra não pode ser alterada por nenhuma causa que afete a ambas da mesma forma. Um aumento ou diminuição dos salários gerais é um fato que afeta da mesma forma todas as mercadorias, e por isso tal fato não constitui razão para que mude a proporção de valor entre essas mercadorias. Não existe maneira de os capitalistas se compensarem pelo alto custo de mão de obra agindo sobre os valores ou preços. Não há possibilidade de impedir que o alto custo da mão de obra tenha seus efeitos na redução dos lucros. Se os trabalhadores realmente recebem mais, isto é, recebem a produção de mais trabalho, para o lucro tem de sobrar uma percentagem menor. Não há como escapar dessa lei da distribuição, pois ela se baseia em uma lei da aritmética.
Embora, porém, os salários em geral — sejam eles altos ou baixos - não afetem            os valores, se os salários forem mais altos em uma ocupação do que em outra ou se subirem e caírem permanentemente em uma ocupação, sem que isso ocorra em outras, essas desigualdades atuam realmente sobre os valores.
Os salários realmente entram no valor. Os salários relativos da mão de obra necessária para produzir mercadorias diferentes afetam o valor  das mesmas, tanto quanto as quantidades relativas de mão de obra. É verdade que os salários absolutos pagos não tem efeito sobre os valores, mas nem a quantidade absoluta de mão de obra tem tal efeito.  Ao considerarmos, porém, as causas das variações de valor, a quantidade de mão-de-obra é a coisa mais importante, pois quando esta varia, isso ocorre geralmente em uma única mercadoria ou em algumas delas ao mesmo tempo, enquanto as variações de salários (excetuadas as flutuações passageiras) costumam ser gerais, não tendo efeito considerável sobre o valor.
Entretanto, na análise que fizemos no Livro Primeiro, dos requisitos da produção, vimos que há outro elemento que o compõe, além da mão-de-obra. Existe também o capital; e por ser este o resultado da abstenção, a produção, ou seja, seu valor, deve ser suficiente para remunerar não somente toda a mão de obra requerida, mas também a abstenção de todas as pessoas que adiantaram a remuneração das diversas categorias de trabalhadores. O retorno da abstenção do capitalista é o lucro. E o lucro, como já vimos, não é exclusivamente o que sobra ao capitalista depois de lhe serem compensados os gastos que teve, senão que constitui, na maioria dos casos, uma parte não pouco importante do próprio gasto.
Todavia, o valor, por ser puramente relativo, não pode depender do lucro absoluto — da mesma forma como não pode depender dos salários absolutos — mas apenas dos lucros relativos. Lucros gerais altos não podem, tanto como não o podem salários gerais altos, ser uma causa de valores altos, pois valores gerais altos são um absurdo e uma contradição. Na medida em que os lucros entram no custo de produção de todas as coisas indistintamente, não podem afetar o valor de nenhuma delas. Os lucros só podem exercer alguma influência sobre o valor se entrarem em grau maior no custo de produção de algumas coisas do que no de outras.
Quanto maior for a percentagem do capital total consistente em máquinas, ou em construções, ou em materiais, ou em qualquer outra coisa que se tem de fornecer antes de a mão-de-obra direta começar a operar, tanto maior a escala em que os lucros entrarão no custo de produção. É igualmente verdadeiro — embora não tão óbvio à primeira vista — que maior durabilidade da porção de capital consistente em máquinas ou construções tem exatamente o mesmo efeito que uma quantia maior de capital.
Da desigualdade de percentagem em que, em ocupações diferentes, os lucros entram nos adiantamentos feitos pelo capitalista, e portanto nos retornos  exigidos por ele, seguem duas consequências com relação ao valor. Uma delas é que o valor das mercadorias na troca não esta somente em função da quantidade de Mao de obra exigida para produzi-las - nem mesmo se deixarmos margem para as taxas desiguais as quais são permanentemente                 remunerados tipos diferentes de mão de obra. A segunda conseqüência é que todo aumento ou queda dos lucros em geral tem efeito sobre os valores. Não, certamente, por fazê-los aumentar ou diminuir em geral (o que, como dissemos tantas vezes, é uma contradição e uma impossibilidade), mas alterando a proporção em que os valores das coisas são afetados pelas diferenças de períodos de tempo durante os quais o lucro é devido. Quando das coisas , embora manufaturadas por quantidade igual de mão de obra, tem valor desigual pelo fato de uma delas dever dar lucro durante um período mais longo de anos ou meses, essa diferença de valor será maior quando os lucros são maiores, e será menor quando os lucros são menores.
Infere-se disso que mesmo um aumento geral de salários, quando envolve um aumento real no custo da mão de obra, influencia em certo grau os valores. Não os afeta da maneira popularmente suposta, elevando-os universalmente. Mas um aumento do custo de mão de obra faz os lucros baixarem, e por isso faz baixar o valor natural das coisas nas quais os lucros entram em uma proporção superior à média, e eleva o valor natural das coisas nas quais os lucros entram em uma proporção inferior à média. Todas as mercadorias em cuja produção as máquinas entram em grande escala, sobretudo se estas forem muito duráveis, sofrem baixa em seu valor relativo quando os lucros caem — ou, o que é equivalente, outras coisas passam a ter valor maior em relação a elas.
CAP 5
3CASO...Investigamos as leis que determinam o valor de duas categorias de mercadorias: a pequena categoria de artigos que, por existirem em quantidade limitada, têm seu valor inteiramente determinado pela procura e oferta, salvaguardado o princípio de que o custo de produção (se o tiverem) constitui um mínimo, abaixo do qual não pode cair em caráter permanente; e a categoria numerosa das mercadorias que podem ser multiplicadas à vontade, empregando mão-de-obra e capital, e cujo custo de produção fixa o máximo e o mínimo que podem valer, em caráter permanente. Mas resta ainda a considerar uma terceira classe de mercadorias: as que não têm um, mas vários custos de produção, e cuja quantidade sempre pode ser aumentada empregando mão de obra e capital, mas não empregando o mesmo montante de mão de obra e capital; em se tratando dessa classe de mercadorias, por determinado custo se pode produzir determinada quantidade, mas uma quantidade maior só pode ser produzida a um custo maior. Essas mercadorias formam uma classe intermediaria, partilhando da natureza das duas outras categorias. A principal delas é a produção agrícola.
Se a porção da produção cultivada nas circunstâncias mais desfavoráveis obtém um valor proporcional ao seu custo de produção, todas as porções cultivadas em circunstâncias mais favoráveis, pelo fato de terem que ser vendidas ao mesmo valor, obtêm um valor mais do que proporcional a seu custo de produção.
Se essa vantagem lhes advier de alguma isenção especial— tal como ser isento de um imposto — ou de quaisquer vantagens pessoais, físicas ou mentais, ou de qualquer processo especial que só eles conhecem, ou da posse de um capital maior do que o de outras pessoas, ou de vários outros fatores que poderiam ser enumerados, nesses casos os proprietários retêm para si essa vantagem como um ganho extra além dos lucros gerais do capital — tratando-se, no caso, de uma espécie de lucro de monopólio. Mas quando, como no caso queestamos analisando mais especificamente, a referida vantagem depende da posse de um agente natural de qualidade especial — como, por exemplo, de terra mais fértil do que aquela que determina o valor geral da mercadoria —, e quando esse agente natural não é propriedade dos exploradores, o dono tem direito a exigir destes, em forma de renda, todo o ganho extra proveniente do uso desse agente natural. Somos assim conduzidos por outro caminho à lei da renda.
Vemos agora novamente que a renda é a diferença entre os retornos desiguais para porções diferentes de capital agrícola produzir, além daquilo que é produzido pelo mesmo montante de capital no pior solo ou utilizando o sistema de lavoura mais dispendioso, ao qual as demandas existentes da sociedade obrigam a recorrer, esse excedente será naturalmente pago como renda – e tirado desse capital – ao proprietário da terra na qual o capital é empregado.
A renda não faz parte do custo de produção que determina o valor dos produtos agrícolas.
O monopólio, como vimos, só pode ter efeito sobre o valor limitando a oferta.
Em suma, a renda simplesmente equaliza os lucros de capitais agrícolas diferentes, possibilitando ao dono da terra apropriar-se de todos os ganhos extras ocasionados pela superioridade de vantagens naturais. A renda da terra, a menos que seja aumentada artificialmente por leis restritivas, não representa ônus para o consumidor; ele não aumenta o preço do trigo e só representaria um prejuízo para o público na medida em que, se o Estado o tivesse retido, ou se impusesse um equivalente em forma de imposto territorial, a renda tivesse nesse caso constituído um fundo aplicável em benefício do público, e não em benefício de particulares.
Princípios de Economia Política
Capítulo VI – Sumário da Teoria do Valor
Os princípios da teoria do valor são:
1. O valor é um termo relativo. O valor de uma coisa significa a quantidade de alguma outra coisa, pela qual é dada em troca.
2. O valor temporário ou de mercado é determinado pela oferta e demanda, sendo que a demanda, por sua vez, varia conforme o valor; e o valor sempre se ajusta de tal forma que a procura iguale a oferta.
3. Além do valor temporário, há o valor permanente ou valor natural, ao qual sempre tende a retornar o valor de mercado.
4. O valor natural de alguns bens se determina pela escassez; porém, na maioria dos casos, o que determina o valor são os custos de produção.
5. As coisas que apresentam valor natural pelo escassez são aquelas de oferta inelástica ou cuja oferta é limitada para atender a demanda.
6. Valor de monopólio significa valor de escassez. O monopólio só pode dar valor a alguma coisa limitando sua oferta.
7. O valor de troca das mercadorias que podem ser reproduzidas adicionando trabalho e capital se determina pelos custos necessários às condições mais desfavoráveis de produção.
8. Os custos de produção são determinados por componentes universais e constantes e por componentes ocasionais, sendo os primeiros a remuneração do trabalho (salário) e do capitalista (lucros), e os segundos impostos ou outras taxas adicionais.
9. A renda não é um custo de produção da mercadoria, salvo quando resulta de um valor de escassez (caso das minas).
10. Sem os elementos ocasionais, as coisas cuja quantidade pode ser aumentada de forma indefinida possuem um valor de troca que comporta os salários que se tem que pagar para produzi-las e o montante de lucros que deve auferir o capitalista.
11. O montante comparativo de salários não depende dos salários em si, mas depende em parte das das quantidades comparativas de mão-de-obra necessárias e em parte das taxas comparativas de sua remuneração.
12. Da mesma forma funcionam os lucros, não dependendo do montante de lucros em si, dependem em parte da duração comparativa do tempo durante o qual o capital é empregado e em parte das taxas diferenciais de lucros.
13. Se duas coisas forem feitas com a mesma quantidade de trabalho, sendo este pago a mesma taxa, sendo os salários adiantados pelo mesmo espaço de tempo, e não havendo diferença permanente nas taxas de lucros, então essas duas coisas terão valor de troca iguais.
14. Se houver diferença entre o valor de duas coisas, esta deve ser porque uma coisa requer uma quantidade maior de mão-de-obra em sua produção, ou requer trabalho mais qualificado, ou então o capital adiantado deve ser feito por um período maior; ou a produção deve ser feita de forma a exigir taxa de lucro permanentemente mais alta.
15. Dentro todos esses elementos, a quantidade de mão-de-obra necessária para a produção é o mais importante, o efeito dos demais é menor.
16. A cada baixa de lucros diminui também o custo de coisas fabricadas com muita maquinaria ou de longa duração; e faz aumentar o valor de custo de coisas feitas à mão (relação inversa entre lucros e salários, assim como Ricardo).

               
5. A revolução marginalista
          Wicksell – Estudos de Economia Política

·         Divulgação das ideia sobre valor e distribuição
·         Começa a escrever sobre economia no final do sec. XIX
·         Teoria do valor neoclássica à faz isso citando a economia politica clássica e principalmente Smith, Ricardo e Mill
·         Faz referencias à Jevons, Menger e Walras
·         Parte I: Teoria do valor. Estudos sobre valor e preços
Valor de troca
·         A visão dele é de que a teoria do valor é valida em todas as situações. Tanto para economia comunal quanto para uma economia com divisão de trabalho, e também para toda a unidade individual de produção e consumo. Em todas as situações envolve avaliação à Em um sentido amplo sempre há troca.
·         Troca como escolha entre os vários usos dos bens finais e meios de produção.
·         Principio marginal à define as escolhas. Trata das magnitudes como variáveis, dá atenção às taxas de mudanças/variação, as quais são vistas como utilidade marginal. Se utiliza do instrumental matemático e do calculo infinitesimal.
·         Valor de troca: quanto de uma coisa se troca por outra coisa. Mercadorias, utilidade, serviços pessoais. Todos os bens são objetos de comércio. Característica dos bens terem utilidade e valor. Valor de troca = valor da proporção de troca. Preço é o valor expressado em dinheiro.
·         Teoria do valor: explicar porque razão cada mercadoria tem um valor. Levando-se em consideração que os valores de troca e as utilidades nem sempre coincidem à Smith (paradoxo da agua e do diamante).
·         A solução para esse dilema smithiano, foi apelar para a escassez relativa. De tal modo que a utilidade não é a única circunstancia que faz com que a mercadoria tenha valor de troca.
·         A mercadoria tem que ser útil e escassa.
·         A utilidade é transposta para a demanda, e a escassez que ele interpreta com dificuldade de produção se relaciona com a oferta (depois ele explica a relação entre escassez relativa e oferta). à Logo também se explica por oferta e demanda.
·         Essas noções genéricas de oferta e demanda explicam pouco (obviedades). Em todo tempo em dialogo com Smith. A noção smithiana de demanda efetiva à demanda aos preços correntes / quantidade de bens que pode ser comprada aos preços prevalecentes. Essa demanda efetiva é quase sempre igual a oferta à tendência ao equilíbrio. No sentido que demanda maior que oferta o preço sobre, e vice-versa.
·         O que explica o preço de equilíbrio? Objetivo primeiro da teoria. à De acordo com Wicksell para os clássicos, em primeiro lugar se trata de mercadorias reprodutíveis (problema Ricardiano), explicadas por demanda – ideia clássica que a economia é um sistema de reprodução.
·         Se as mercadorias são reprodutíveis (Ricardo), em regime de concorrência o preço de uma mercadoria não pode estar acima ou abaixo do seu preço de reprodução. O que são tais custos de produção? Para que haja uma causalidade, esses custos tem que depender de fatores diferentes, pois se não há referencia circular. Os custos de produção não podem depender do valor de troca. Wicksell julga que essa é a fraqueza da teoria clássica.
·         Visão de Wicksell: os custos de produção são a recompensa dos fatores de produção que fazem parte de certa mercadoria.
·         Remuneração desses fatores de produção não está dada, pois ela é algo a ser explicada.
·         Solução de Ricardo (maior consistência logica ao enfrentar esse problema): efetuou simplificações em seu sistema à ele simplificou o trabalho para reduzi-lo ao mesmo padrão; o capital é simplificado como fundo de subsistência + instrumentos materiais; lucros dos capitais seriam uniformes (tx de lucros uniformes – embora tenha notado diferentes composições de capital fixo e circulante); e exclui a terra dos custos de produção (determinação na terra marginal). Excluindo a terra, os clássicos só consideraram capital e trabalho empregados na margem de produção à o que contribui para os custos. Raciocínio fecha resumindo os fatores que governam a troca a trabalho (lembrando que depois ele revê). Wicksell acredita que há excesso de simplificação e circularidade.
·         Entrando em aspectos da teoria monetária de Ricardo: ele assume que o ouro (mercadoria de unidade de conta) é sempre produzido aos mesmo custo de trabalho. Lucros obtidos na produção de ouro são produzidos no resto da economia. Só assim posso medir o preço em ouro. De acordo com essa hipótese o nível de salários não afeta os preços, pois isso afetaria igualmente o custo de produção do ouro e dos outros produtos à taxas de lucros iguais. Valores de troca independem da produção. Na visão do Wicksell são hipóteses excessivamente simplificadoras.
·         Wicksell diz que mesmo assumindo as simplificações, permanece um erro fundamental: a margem de produção não é dada a priori mas é variável, e depende do valor de troca dos bens em questão. Ou seja, quanto será produzido de cada insumo não é um dado a priori, mas é variável. Isso depende do valor de troca dos bens em questão. Por isso Wicksell quer explicar que nós podemos ter tanto margens de produção ilimitadas e limitadas. Em ambos os casos, a relação de troca entre os bens dependem da extensão da demanda relativa por eles – e só aí vai se determinar a extensão da margem de produção (quanto vai se produzido) e os custos de produção. Custos de produção variam no decorrer das escalas produtivas, ainda mais se pensarmos em bens com rendimentos do trabalho declinantes.
·         No caso da produção do ouro, é o valor de troca que determina os custos de produção. O valor de troca é que determina o quanto eu vou explorar, e isso vai dar o custo de produção, pois o rendimento do trabalho é declinante e existem locais menos férteis.
·         Wicksell quer dizer que não se pode dizer que os custos de produção e o valor de troca estão em causa-efeito. Eles estão mutuamente determinados, tanto um explica o outro quanto vice-versa. O custo de produção depende de quanto for produzido, e quanto vai ser produzido depende do valor de troca.
·         Ao se referirem aos meios de subsistência o seu valor é dado pela demanda (tamanho da população). Mas para Wicksell não é verdade que isso ocorra. Ou seja, que a população possa ser fixada (preocupação com as variações populacionais) à a demanda por bens de subsistência é tão elástica quanto para outros bens.
·         E finalmente, como complemento à critica, diz Wicksell que o raciocínio clássico não está atendo aos produtos de produção conjunta (joint-supply). Ou seja, o que é muito importante em diversas circunstancias a começar pela agricultura. Caso de produção de vários produtos agrícolas na mesma área. Não consigo nesses casos, separar custos de produção de cada um dos produtos. Isso não poderia ser ignorado.
·         Wicksell está muito preocupado com margem de produção e produção conjunta. Ou seja, com fatores que influenciam a demanda e os fatores que influenciam a oferta. A economia Ricardiana assume excessivas simplificações, as quais não são aceitáveis.
·         Explicação do Wicksell é muito mais satisfatória que dos outros marginalistas anteriores à é mais lógica.
Utilidade marginal
·         Discussão sobre valor de uso: valor da quantidade total disponível? Não. Necessário verificar quantidades manejáveis. J. Stuart Mill já tinha notado que existe alguma complexidade, pois o valor de troca não pode ser maior do que valor de uso. Valor de uso seria um limite inferior ou inferior? Wicksell diz que é uma confusão, mas que só pode ser esclarecida de um modo simples. Aceitarmos que o grau de utilidade de um mesmo objeto variam de pessoa a pessoa. Portanto, se tivermos uma troca, poderíamos ter valor de uso menor ou maior do valor de troca comparando os indivíduos. O grau de utilidade também varia para a mesma pessoa dependendo da circunstância à essa sendo a quantidade do bem. Numa economia monetizada, a quantidade de meio de troca de que disponho representa essa circunstância (depende de quanto tenho de dinheiro).
·         Ou seja, a ideia dele é que o valor de uso ao que Smith se refere, é variável (utilidade marginal declinante). Wicksell introduz uma ideia mais realista que Jevons e Menger: para todos nós que vivemos em uma sociedade mercantil, o valor de troca é constante no mercado. à Ele parte de uma situação que para o consumidor, o valor de troca do bem é dado, ele é simplesmente constatado.
·         Assim, o dilema muda. A questão fundamental passa a ser qual o valor de uso se relaciona ao valor de troca dado para tal bem? Wicksell diz que o valor de uso que interessa pra quem troca, é o valor de uso no momento da troca, ou seja, a utilidade mínima que a mercadoria possui no momento da troca.
·         Essa utilidade mínima no momento da troca é exatamente a utilidade marginal da mercadoria à corresponde às menos importantes aquisições satisfeitas, ou as utilidades das não satisfeitas. Comparo a utilidade marginal da mercadoria não adquirida/ ou da última adquirida à esse seria o valor de troca.
·         Já as mercadorias dadas em troca, a sua utilidade marginal sempre corresponderá a menor das necessidades a serem satisfeitas se as mercadorias não fossem trocadas.
·         Resultado é que: as utilidades marginais das mercadorias para cada umas das trocas, estão exatamente relacionadas ao valor de troca comum (“é $3 para mim, e $3 para você”). Isso tem que acontecer, pois se não, isso seria sinal de que não teríamos explorados todas as possibilidade de ganho de comércio, e haveria trocas subsequentes, pois não cheguei na minha margem de utilidade dado o preço de troca.
·         Bem de diversos usos: cada parte do que tenho tem uma utilidade diferente (ex. Sacos de trigo de uma família que mora numa fazenda). Ele ordena conforme as necessidades que eles atendem (ideia de Menger). à Principio da utilidade marginal declinante.
·         Dualismo valor de uso e valor de troca que requer duas paridades (utilidade e escassez) desaparece à pois para Wicksell a ideia de utilidade marginal ela representa uma síntese e combina utilidade e escassez. O Walras dá pra isso a designação de raridade: mesma coisa.
·         Essa utilidade marginal é exatamente o grau de utilidade ao qual o consumo de uma mercadoria deve cessar exatamente por causa de sua escassez (resolve dificuldade de explicar o grau final de utilidade de Jevons).
·         Portanto, se pegarmos uma mercadoria com consumo relativamente escasso que tem o valor de troca alto, é porque o consumo vai cessar em um ponto a mais importante das necessidades satisfeitas e a mais importantes das insatisfeitas são significativas. Ex: vinho raro.
·         Mercadoria trivial (pão) à utilidade marginal cai muito, logo essas “necessidades” são insignificantes.
·         Wicksell, no caso da água e diamante, diz que o valor de uso que Smith se fixou é a utilidade máxima sob certas condições (depende do momento da troca).
·         Tem sentido compararmos as utilidades marginais da mesma mercadoria para o mesmo indivíduo, apenas à vai contra o exemplo numérico do Menger.
·         Wicksell diz que na cidade moderna tudo é obtido pela troca, não há situação Mengeriana. Posso comprar o que quiser desde que tenha dinheiro. Nessas circunstâncias surge um problema adicional (para o qual cita Jevons): Como o valor de troca é regulado apenas pelo menos importante dos graus de necessidade atendidos? Mas todos os produtos custam a mesma coisa (os da mesma categoria).
·          Wicksell está num contexto no mercado à concorrência de ambos os lados (dos que vão comprar e dos que vão vender) à significado da lei da indiferença do Jevons. Só há um preço no mercado, pois se fosse diferente, o mecanismo concorrencial anularia a diferença. à Há uma convergência à lei do preço único. Não faz sentido bens homogêneos terem preços diferentes.
·         Utilidade marginal, valor de troca, ou preço estarão em relação reciproca de dependência assim como a dependência entre valor e custo marginal de produção.
·         Pro produtor, a relação fundamental é o custo marginal.
·         Se o valor de troca é dado antes (no mercado), podemos dizer que as utilidades marginais serão reguladas por esse preço. O nível do consumo será regulado até o ponto que para todos os consumidores, esse sistema chegar a um equilíbrio - ou seja, UMg e preço para cada um dos indivíduos.
·         Na produção tenho um problema, pois o preço é dado mas as quantidade indefinidas. A questão é quanto será produzido. Problema será equilibrar a utilidade marginal com a dificuldade de produção/ custos marginais/ desutilidades marginais.

Aula 20/05/14
Wicksell – Continuação
Troca e Valor de Mercado (Segmentos de A a E)
Apresentação dos seus princípios sobre a distribuição de um produto para diversos usos. Problema similar ao da troca, alocação de um bem escasso em diversos usos. Ele dá essa solução: igualar as utilidades marginais. Aspectos particulares.
a.       Diferentes usos de uma mercadoria
Embora formem os preços em equações de oferta e demanda, no mercado os preços são dados. Como compatibilizar essa visão de oferta e demanda com a realidade do mercado (preços dados)? No mercado se determinam tanto o volume de bens trocados quanto o preço. Simplificação para chegar a um principio geral.
·         Bem tem dois usos: valor de troca é abdicar de um uso para atender ao outro uso. Isso é determinado por circunstancias técnicas. Resolução: utilidade marginal declinante. Se fosse constante, seria como os clássicos, não haveria trade-off ou combinação de usos, seria tudo ou nada.
·         Solução de equilíbrio: igualar utilidades marginais. UMg vai ser  proporcional ao meio de troca. Princípio de maximização de utilidade com restrição que é total de bens disponíveis e por outro lado a restrição técnica que é a relação de troca entre os bens.
·         Decisões envolvendo grandes estoques não necessariamente seguem essa ordem. Ou seja, ele quer dizer que a tendência ao equilíbrio acontece em certas situações.
·         Ver foto.
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·         Consumos independentes. O primeiro é independente. O segundo é um resíduo.
·         Resultado de equilíbrio depende estritamente dessa relação técnica. Se muda essa relação, mudam as condições de equilíbrio.
·         Faz alusão à Paretto.
b.      Preço de mercado
Preço dado tem a mesma taxa de substituição do problema anterior.
·         Supor período de tempo, oferta e demanda reguladas pelo qual a sua proporção nesse período produza uma utilidade marginal que proporcione a relação de troca dada no mercado.
·         Consumo do estoque de produtos será nesse ou outro período, ou será de outros produtos desde que eu me desfaça dos produtos do meu estoque.
·         Solução: igualar utilidades marginais (maximização). Abrir mão de alguns bens, me da possibilidade de consumir outros produtos. Aumento da utilidade total.
·         Condição de equilíbrio será a igualdade das utilidade marginais.
·         Isso não impede que existam obstáculos. Questão levantada por Wicksell – preços dados pelo mercado – o que acontece se mudam os preços relativos? Novamente, ele aqui considera os bens independentes (não-substitutos). Uma mudança dos preços no mercado afeta a condição do equilíbrio final? Dependerá sempre igualando-se as UMg ponderadas pelos preços de mercado. A posição de equilíbrio se altera, mas não a condição.
·         A condição irrefutável: aumento da oferta aumento dos preços relativos.
c.       Trocas circunstanciais
·         Trocas circunstanciais não obedecem o preço de mercado.
·         Caso de troca isolada.
·         Relação de troca se da de forma diferente, por tentativa e erro.
·         Essa troca que leva ao preço de mercado é uma troca consequência, ou com possibilidade de arbitragem.
·         Essa troca circunstancial não tem resultado determinado, basta que a troca beneficie a ambos. 
d.      Formação de preços num mercado aberto (2 mercadorias)
·         Processo de oferta e demanda que chega a uma relação fixa (Jevoniana) que vale para todas naquele momento, ou lei do preço único.
·         Wicksell diz que esse é um resultado não se deve aos custos de produção (como diz Ricardo), e sim pela concorrência. Não há mais de uma relação de troca no mercado, pois isso é irreal.
·         Wicksell vai além da concorrência perfeita. Ele tem trabalhos dedicados à monopólios.
·         Já em concorrência perfeita, os preços logo chegam a um equilíbrio e oscilam em torno desse equilíbrio. Nessa relação de equilíbrio há uma relativa saciedade. Só há trocas se há necessidade em faze-lo.
·         Condição de equilíbrio = UMgA/Pa = UMgB/Pb
·         Oferta = demanda para todas as mercadorias.
·         Desse modo, se o mercado se ajusta com certa rapidez, nós podemos estabelecer um sistema de equações, e entra numa matemática Walrasiana.
·         Ambos oferta e demanda foram explicados pelo principio da utilidade marginal.
·         Se quisermos expressamos os preços em unidades monetárias, ou preços de A expressos em B. Ou seja, A seria o numerário e B variável.
·         Demanda de A é feita pela oferta de B.
·         Grafico: ver foto. 
·         Se os bens não são substitutos, se Pb=0, B pode ser obtido sem oferecermos nada de A. Todos consumirão B até o nível de saciedade. Se B =/ 0, o consumo faz com que caia a utilidade marginal de B relativa a utilidade marginal de A.
·         Curvas de demanda e oferta de A e B são necessariamente independentes, pois pressupõe-se que são produzidas por pessoas diferentes. Logo oferta de B é determinada pela disponibilidade de B, e de A mesma coisa.
·         Inúmeras condições de equilíbrio. Desequilíbrios seriam ajustados. Tanto à esquerda do topo da curva de demanda de B quanto à direita do topo da curva de oferta de B, temos pontos de equilíbrio estável. Entre esses pontos, há desequilíbrios.
e.      Três ou mais mercadorias – troca generalizada
·         Esse sistema necessariamente terá que ser monetário – a imprescindibilidade da moeda. Moeda porque não é possível uma situação de equilíbrio com troca direta, como antes. Neste caso, todas as transações precisam de um denominador comum que vem a ser a moeda, uma outra mercadoria que é elencada como tal. “O dinheiro é simples meio de troca que serve de assistência às trocas”.
·         Introduzir duas considerações: trocas indiretas ou dinheiro/ crédito.
·         As equações podem ser utilizadas nas condições de equilíbrio.
·         Montagem de um sistema Walrasiano. No final, o equilibrio será igual aos estoques oferecidos ao consumo em um dado período. Esgotamos todas as mercadorias no mercado.
·         Preços não estão supostos como dados no início do problema.
·         Todas as quantidades de equilíbrio são encontradas resolvendo as equações, e todas as relações de troca são encontradas em relação ao numerário ou ao dinheiro.
·         Estamos ignorando o fato que o dinheiro pode manter um desvalor pra todos. Utilidade marginal do dinheiro também é declinante, e se assim for, isso afeta a relação de troca.
·         Não conseguimos escrever oferta e demanda do dinheiro. Utilidade marginal do dinheiro é considerada constante, pois se não fosse ela afeta o equilíbrio. Para Walras isso não é problema porque alguma mercadoria é escolhida um numerário.

Aula 22/05/14
Wicksell – Continuação...
Objeções à teoria da UMg
Criticas à UMg foram feitas no final do séc XIX.
Nomeia algumas dessas objeções. Acredita que as pessoas não entenderam direito a teoria da UMg, pois a maior parte das críticas são à questão de variáveis continuas e descontinuas (UMg tem que ser continua para achar equilíbrio); à simplicidade ou complexidade do sistema que foi característica de muitas abordagens – se referem a um tópico metodológico que pressupõe o sistema como muito simples; que dizem  importância dos obstáculos ao processo de ajustamento.

Função de oferta não é contínua (se o preço cai muito). à Wicksell diz que isso é verdade. Porém do ponto de vista de muitas variáveis de equilíbrio geral não teríamos nenhum problemas, pois essas descontinuidades seriam inseridas como constantes.

Na obra do Marshall entra claramente o problema das grandes unidades individuais. Compra de coisas caras. Wicksell diz que é como se fossem trocas fora do mercado. Preço idiossincrático. Ele rejeita a ideia de que o custo de produção comanda, o que seria mais fácil para explicar esse tipo de transação (navio).

Exemplos dele lembram um pouco a teoria da concorrência. Ele se refere a bens que são diferentes. Como igualar a UMg aos preços pra produtos diferentes? Pro Wicksell a UMg seria a diferença entre os preços..

Wicksell reconhece que existe um salario de base. Existe um padrão. Produtos de baixa elasticidade de demanda tem comportamente diferente. Os trabalhadores não tem uma UMg continua. Variando os preços, não variaria tanto o consumo.
Papel dos hábitos na formação das decisões.
Crescimento da população é dado (ele discute em outras situações e ele vê como importante).

Ele levanta duas objeções às quais parecem mais sérias: a que se refere aos fenômenos complexos (que para ele dificilmente podem ser explicados por alguma teoria); e a que se refere ?

Nas decisões econômicas há um elemento poderoso de inércia/ hábito. Consumidor é habitual idiossincrático.
Wicksell não acredita que o principio teórico possa explicar tudo.

Bens de troca
Ideia de que só trocamos pelo proposito de ganho e de que o agente econômico, procura obter o ganho máximo.
UMg = P não é mais do que uma derivação do principio econômico. Ou seja, de fato, o principio de maximização tem embutido o principio de UMg.
Um sistema de troca livre traz o máximo de satisfação para todos.
Cita Paretto o tempo todo.

Bens de troca decorre de um principio maximizador. A ideia de livre concorrência como melhor a todos é bem anterior à UMg.
Wicksell se pergunta: será mesmo que é de beneficio geral ou apenas para os empresários?
A posição dele é a seguinte que se nós levarmos ao extremo a defesa da livre concorrência ela se transforma não apenas numa defesa da distribuição da melhor atividade para todos mas uma defesa da distribuição de riqueza existente.
Alusão explicita à Walras e Paretto, os quais faziam defesa da livre concorrência.
Wicksell chama a atenção para equilíbrios múltiplos. Mudamos de posição para outra, e não podemos dizer que essa situação de é de bem estar.

Wicksell aponta tópicos que não são bem explicados pela livre concorrência, ou pela doutrina que esta produz o ganho máximo.
Por exemplo: como comparar ganhos e perdas de João e Antonio? Discussões sobre tributação e bem-estar.
Não há razão para dizer que mudanças de distribuição podem ser melhores ou não, isso é uma discussão ética e política.

Parte II – Teoria da produção e distribuição
Quando ele trata do valor ele supunha a produção dada. E discutia o preço das mercadorias a partir de um estoque dado.
Essa cisão entre valor de troca e produção/distribuição é uma cisão analítica para expor os pontos teóricos com mais facilidade.
O que foi feito é uma abstração.

Assume-se que o valor de troca está dado em sua relação com o mercado como um todo.
Assume-se também que os fatores de produção estão empregados diretamente no serviço de produção.
Assume-se que a utilidade dos vários fatores, após parte retirada para o consumo direto (...???) à não temos fatores de produção ociosos. Isso é complicado, diz Wicksell, pois faz sentido para terra e capital (a não ser que me de ao luxo de perder dinheiro), mas para o trabalho é diferente.
Para o trabalho a jornada pode ser ou não um dado de escolha. Não pode-se dizer que todo o trabalho é ofertado, pois há hábitos, costumes e regras sociais.
Mas tomando essas regras, consideramos o trabalho como fixo.
E finalmente, todos os movimentos que se devem à população são importantes mas são fenômenos independentes.
Existe uma taxa natural de crescimento da população que não tem nada a ver com o ajuste do trabalho no mercado.
A análise é do tipo estático.

A produção advém de unidades independentes. Temos muito produtores e pressupomos que o produtor busca a maximização do lucro. Logo, tem-se que produzir o mais barato possível para reduzir custos.
Logo, isso depende da remuneração dos fatores. Mas ele explica a distribuição pela teoria.
Isso é um fenômeno explicado pela distribuição.

Wicksell acredita que dos fatores convencionalmente admitidos, o capital é muito diferente. Ele tem que explicar a parte sua ideia de capital, razão pela qual o primeiro modelo distributivo que ele lança: é a produção não capitalista (sem capital).



Extra:  Fisher

Capítulo 1 – Definições

Economia: ciência da riqueza
Riqueza: apropriação e materialidade – dois atributos essenciais à valor medido em unidades físicas à apesar do julgamento ser um fenômeno de avaliação, o resultado é expresso em unidades físicas
Valor: três conceitos preliminares: transferência, troca e preço
·         Transferência: mudança de propriedade
·         Trocas: duas transferências mutuas
·         Preço: razão entre quantidades de dois tipos de riqueza
Valor de qualquer item é preço x quantidade.
Propriedade de riqueza: direito de usufruir dos seus serviços ou benefícios
·         Não há necessidade pratica de distinguir propriedade de riqueza.
·         Diferença está que os direitos de propriedade são medidos em unidades não físicas, mas os abstratos direitos
Títulos de propriedade: certificados dos direitos de propriedade, ou seja, meramente a evidencia escrita desses direitos de usufruir de uma riqueza
Dinheiro: qualquer direito de propriedade que seja generalizadamente aceitável em troca é chamado de direito. Três sentidos: riqueza, propriedade, e evidencia de posse.
O uso da riqueza difere da utilidade dela: o uso se refere ao desejo do evento; a utilidade se relaciona à probabilidade de realização (“desiderabilidade”).
Bens: termos coletivo que inclui riqueza, propriedade e benefícios.
Fluxo x estoque de bens
Renda x capital: estoque de bens, seja riqueza ou propriedade, existente num instante de tempo é chamado de capital. O fluxo dos benefícios desse capital durante um período é chamado renda.
Fluxos econômicos: mudanças de condição, posição e propriedade. Comércio são fluxos de transferências.
Os fluxos que se dão envolvendo dinheiro ou substitutos do dinheiro são chamados de circulação do dinheiro. E a equação que a representa é chamada de Equação de Trocas.

Cap. 2 – Poder de compra e dinheiro na equação de trocas

Dinheiro: dinheiro é o é generalizadamente aceito na troca por bens.
Podemos perceber que a “liquidabilidade” (“liquidez” de Keynes) dá maior/menor grau de 
troca a um bem → mais líquido um bem, mais aceito como dinheiro; Continuando na escala da “liquidabilidade”, a moeda (dinheiro) se encontra no grupo de 
direitos de propriedade apelidável de “meio circulante” (currency).
Meio circulante: dinheiro e depósitos bancários (incluindo cheques)
Depósito bancário: depósito bancário não é dinheiro, mas é meio circulante, e a nota bancária é dinheiro e
meio circulante o que distingui algo de ser ou não dinheiro?
Nota bancária: Uma nota bancária é aceita de forma geral, enquanto um cheque é aceito de forma específica, em casos especiais isto diferencia, em última análise, o dinheiro do meio circulante genérico.
O dinheiro real é aquele realmente aceito por todos, seja por força de lei, seja por uma convenção muito bem estabelecida há dois tipos de dinheiro real: primário e fiduciário; Dinheiro primário: é a moeda em si, sem precisar de garantias extra;
Dinheiro fiduciário: é aquele dinheiro que precisa de alguma garantia para ser considerado moeda alguém deve garantir que aquele bem seja válido como dinheiro (este alguém deve ter influência a nível nacional para tal costuma ser o Governo);
Tipos de trocas: Excetuando o uso de cheques, podemos classificar as trocas em 3 grupos: i) bem contra bem (escambo); ii) moeda contra moeda (câmbio); iii) moeda contra bem (compra/venda);
A circulação do dinheiro acontece quando estamos no grupo (iii);
Poder de compra do dinheiro: quanto, de um bem, uma moeda pode comprar;
Maior/menor o preço do bem, menos/mais de um bem podemos comprar com a mesma quantidade de moedas (alternativamente, precisaremos de mais/menos moedas para que realizemos a compra do mesmo bem).
Poder de compra do dinheiro inverso ao nível de preços.
Três tipos de causas alteram o poder de compra do dinheiro: 1) a quantidade de dinheiro circulante; 2) a velocidade de circulação; 3) o volume do comércio/de negócios;
Por agora, Fisher mantém a economia fechada e sem dinheiro fiduciário;
MV = PT
Em cada compra e venda, o dinheiro e os bens são equivalentes; à igualdade entre os dois lados da equação à isso é um truísmo.
A equação se compõe de um lado monetário e de um lado real (de bens);
Velocidade de circulação do dinheiro: quociente entre o “total de pagamentos realizados para comprar os bens” e o “montante médio de dinheiro em circulação”;
Como a equação de trocas é uma equação geral, deve-se lembrar que as variações nas variáveis são na média (pois a equação de trocas é a soma das equações individuais);
TQD afirma que o nível de preços é função da quantidade de meios circulantes.
Podemos figurar a equação de trocas como sendo uma balança (balança de Fisher): do lado esquerdo, o lado monetário; do lado direito, o lado real;
A distância do centroide para o prato esquerdo da balança é a velocidade do dinheiro. A distância do centroide para o prato direito da balança é o preço médio dos bens; O peso do prato esquerdo mede a quantidade de dinheiro. O peso do prato direito mede a quantidade de bens;
E = MV
E são os gastos no ano.
Podemos transformar a soma de todo o em (total de quantidade comprada/vendida);
No caso, temos que tirar a média dos preços, e teremos no lugar de ;
As equações de troca são derivações das equações individuais;
MV = ΣpQ

Teoremas:
1)     Mantidos V e Q invariáveis, se M variar, o lado do dinheiro variará a essa taxa, e por conta da igualdade, o lado dos bens deverá variar também nessa mesma taxa. Ou os preços individuais dos bens variam todos a esta taxa, ou alguns mais e outros menos, de forma a compensar e manter a variação na média.
2)     Mantidos Me Q, se V variar, o lado do dinheiro variará a essa taxa, e por conta da igualdade, o lado dos bens deverá variar também nessa mesma taxa. Ou os preços individuais dos bens variam todos a esta taxa, ou alguns mais e outros menos, de forma a compensar e manter a variação na média.
3)     Mantidos M e V, o lado do dinheiro permanecerá invariável, consequentemente, se Qs (T) variarem todas a uma dada taxa, os preços individuais deverão variar todos inversamente a essa taxa, ou alguns mais e outros menos para compensar.

Núcleo da TQM: variação da quantidade de dinheiro em circulação e seus impactos na variação dos preços (em relação direta).

 Aumento da oferta monetária (sem banco):
·         Mudança na denominação do dinheiro – se meio dólar for chamado de um dólar, M vai dobrar e, consequentemente, os preços (Q e V permanecerem constantes ou se compensarem)
·         Debasement – redução do conteúdo metálico e recunhagem, P vão variar na mesma proporção da variação de M
·         Duplicação – duplicação de cada “piece of money” – hipótese heroica de que o governo vai conseguir trocar cada moeda dos possuidores por uma outra que é o dobro da anterior. Valor do dinheiro não muda.

Em suma, a TQM afirma que se aumentarmos o número de dólares, seja por qualquer um dos meios acima, os preços aumentarão na mesma proporção.

Qualidade do dinheiro é fazer com que seu valor varie conforme a sua quantidade. Isso explica que o valor do dinheiro se dá na relação com os bens que ele pode comprar.

Hume: aumento da quantidade de dinheiro pode aumentar os preços, mas não proporcionalmente, pois o aumento do M causa um aumento da economia monetizada, ou seja, estimula a industry e portanto aumentam as transações.

Barbon rejeita a teoria quantitativa da moeda, com a prosaica constatação de que, se os preços dependessem do conteúdo metálico da moeda, o preço das mercadorias só poderia se alterar quando o do dinheiro variasse. Em sua visão, algumas mercadorias variam incessantemente de preço (os grãos, por exemplo), enquanto outras têm preço fixo (a cerveja, as manufaturas de modo geral).

Efeito Cantillon: efeito das variações da oferta monetária no preço é via gastos; como é que o dinheiro se espalha pela economia. As mercadorias só vão ficar mais caras se o dinheiro circular.

O dinheiro, diferentemente dos outros bens, não pode satisfazer os desejos humanos, mas somente comprar as coisas que satisfaçam esses desejos.

Hume, falhando em reconhecer a teoria quantitativa da moeda de Locke, ignora os efeitos da velocidade da moeda e da quantidade de trocas, e apenas introduz uma relação causal entre a relação de quantidade de moeda e preços, dizendo que esta é proporcional ao longo do tempo.
Hume também reconhece que os paper credits aumentam a qtde de dinheiro acima do natural e portanto aumentam os preços.

Cap 3 – Influencia dos depósitos na equação de troca e no poder de compra

Fisher chama atenção para os bancos.
Os depósitos bancários também são chamados de crédito circulante.
Bancos:
1)     Banco de reserva integral: onde deposito meu dinheiro e este fica minha disposição. à não há empréstimos nesse tipo de bancos, são apenas cobradas taxas pelos serviços bancários.  Depósitos devidos (passivo) = ativo em ouro/dinheiro
2)     Bancos percebem que há uma certa proporção entre depósitos e saques e começam a emprestar múltiplos das reservas em ouro. A partir desse momento surge o Banco de Reserva Fracionária. Transformo metade das reservas no meu ativo em notas promissórias.
Suponhamos que o devedor deposite o dinheiro emprestado neste banco, logo a minha reserva aumenta nesse valor (ativo), e o meu passivo também aumenta nesse valor. à banco cria dinheiro

Banco pode além de emprestar “direitos” de depósitos, podem emprestar suas próprias notas bancarias. Neste caso, o banco deve estar sempre pronto para pagar o possuidor dessa nota. A nota bancaria não carrega nenhum tipo de juros, mas é pagável a vista.
Pela emissão de notas bancarias, aumento o valor emitido no meu passivo e no meu ativo, sem aumentar minhas reservas (sem pressupor que esse dinheiro é redepositado).   à criação de dinheiro

A partir de certo momento, acionistas querem fazer parte do lucro, e portanto, aceitam tomar riscos representados por estes empréstimos. Porém, para garantir os depositores contra os riscos, os acionistas passam a colocar dinheiro próprio, por ex. no caixa e na compra de um prédio.

Nada dito o contrário, um banco pode aumentar indefinidamente seus empréstimos, e portanto aumentar M’ indefinidamente.
Porém, há limites impostos pela prudência e politica econômica, de forma a evitar insolvência ou insuficiência de cash.

Classificações currency: bank note – que faz parte do dinheiro; e deposits que não fazem parte dessa categoria.
Três categorias de bens: money; deposits; e todos os outros bens.
Seis tipos de trocas: dinheiro com dinheiro, deposito com deposito, bens com bens, dinheiro com deposito, deposito com bens, e dinheiro com bens.
Circulação do dinheiro: troca de dinheiro ou depósito com bens. Dinheiro com bens é a troca típica.

Nova equação de trocas: MV + M’V’ = PT

Introdução do M’ tende a aumentar os preços.

A influencia exercida pela quantidade de moeda M nos preços gerais, torna-se menos direta. O processo de “traçar” essa influencia torna-se mais complicada.

Drama de Fisher é como manter viva equação de trocas, dada a existência de M’?
M’ tende a ter uma relação definida com M, pois os depósitos normalmente são mais ou menos definidos por múltiplos de M.
1)     Como já explicado - regra de prudência bancaria: os bancos tendem a ter uma certa proporção de reservas em relação aos depósitos bancários.
2)     Conveniência e hábito: indivíduos, firmas e corporações mantém uma razão entre moeda (cash) e balanços de depósitos, ou seja, entre transações em cash e transações em cheque.
a.       Quanto mais desenvolvida uma comunidade, maior o uso dos cheques.
b.      Negócios em larga escala: normalmente conduzidos em cheques
c.       Quanto mais concentrada a população: mais uso de cheques
d.      Quanto mais ricos os membros de uma comunidade, maior o uso de cheques

Qualquer mudança em M, é seguida de uma mudança proporcional em M’. Logo, há uma mudança proporcional no nível de preços.

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